ONU alerta que "a humanidade está a falhar"
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, disse que "a humanidade está a falhar" na guerra entre Israel e o Hamas e apelou à proteção dos civis.
"Os civis e as infraestruturas civis, incluindo os trabalhadores e os bens humanitários, têm de ser protegidos", sublinhou o responsável da Organização das Nações Unidas (ONU), num comunicado.
Martin Griffiths, também coordenador da ajuda de emergência das Nações Unidas, frisou que "até as guerras têm regras, e essas regras devem ser respeitadas, em todos os momentos e por todas as partes".
"Os civis têm de ser autorizados a partir para zonas mais seguras. E, quer se desloquem ou fiquem, há que ter o cuidado constante de os poupar. Os fornecimentos e serviços essenciais e o acesso humanitário sem entraves devem ser permitidos", enfatizou Griffiths.
O alto responsável da ONU manifestou, na mesma nota, a sua "grande preocupação" de que o conflito possa alastrar para o Líbano e exortou os países com influência na região a travar a escalada da violência e a extensão a outros locais.
"Todos os países com influência devem exercer a sua influência para garantir o respeito pelas regras da guerra e evitar qualquer nova escalada e alastramento", vincou Martin Griffiths no comunicado.
Segundo o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, "a última semana foi um teste para a humanidade, e a humanidade está a falhar".
Griffiths fez também referência às pessoas mantidas em cativeiro, no sentido de serem tratadas "com humanidade" e apelou para que todos os reféns sejam libertados.
"Os civis em Israel e nos territórios palestinianos ocupados estão a sofrer uma semana de total angústia e devastação. Receio que o pior ainda esteja para vir", acrescentou Martin Griffiths.
O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.