Sobe para 1.900 o número de mortos em Gaza, incluindo 614 crianças
O número de mortos na Faixa de Gaza aumentou para 1.900, incluindo 614 crianças, adiantou hoje o Ministério da Saúde palestiniano do Hamas, após uma intensificação dos bombardeamentos israelitas neste território palestiniano controlado pelo movimento islamita.
Os ataques israelitas incessantes "custaram a vida a 1.900 mártires, incluindo 614 crianças e 370 mulheres", adiantou o Ministério da Saúde em comunicado, acrescentando que 7.696 pessoas ficaram feridas, seis dias após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel.
O Hamas tinha denunciado antes que os bombardeamentos do Exército israelita causaram a morte a 70 pessoas que fugiram para se refugiar no sul da Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças.
"Um novo massacre cometido" por Israel "contra três caravanas com cidadãos" que viajavam pelas estradas Salahedin e Al Rashid, duas principais avenidas de Gaza, a caminho da zona sul do enclave.
O Exército israelita apelou esta manhã à retirada de civis do norte da Faixa de Gaza, incluindo a cidade de Gaza, e instou-os a deslocarem-se para sul, o que implica a movimentação de mais de 1 milhão de pessoas e sugere uma iminente operação terrestre
A situação humanitária em Gaza, após sete dias de guerra, é extremamente precária, os hospitais estão sobrelotados e o número de deslocados ascende a centenas de milhares, enquanto os fortes bombardeamentos israelitas no enclave não param e causaram graves danos às infraestruturas civis.
Entretanto, 423 mil palestinianos estão abrigados em escolas geridas pela agência da ONU para refugiados palestinianos, mesquitas e outros centros religiosos onde esperam não ser atacados.
Milhares de homens dormem nas ruas, enquanto mulheres e crianças permanecem no interior lotado dos edifícios, segundo disseram moradores palestinos à agência Efe.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que uma retirada em massa do norte de Gaza seria catastrófica para os doentes hospitalizados, com os hospitais do sul já em plena capacidade.
"Entre os milhares de feridos e outros pacientes que recebem tratamento em hospitais, centenas estão gravemente feridos e mais de uma centena necessitam de cuidados intensivos. São os mais doentes dos doentes", explicou a agência da ONU.
Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, sublinhou hoje que "com os ataques aéreos [israelitas] em curso, os civis já não têm nenhum lugar seguro para onde ir".
Além disso, "o Ministério da Saúde palestiniano informou a OMS que é impossível evacuar pacientes vulneráveis dos hospitais no norte de Gaza", acrescentou.
A ONU pediu a Israel que reconsiderasse o seu pedido de evacuação, referindo que era impossível realizar tal operação no tempo previsto e o porta-voz enfatizou que a OMS está pronta para entregar equipamentos médicos "assim que receber luz verde".
"O tempo está a esgotar-se para evitar uma catástrofe humanitária se o combustível, a água, os alimentos e os suprimentos vitais de saúde e humanitários não puderem ser entregues com urgência à Faixa de Gaza devido ao bloqueio total", alertou Tarik Jasarevic.
Israel declarou um bloqueio total à Faixa de Gaza, cortando eletricidade e água.
As autoridades israelitas confirmaram até agora mais de 1.300 mortos e de 3.000 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.