Rendimento médio por quarto disponível na Madeira ultrapassou, pela primeira vez, os 100 euros
Em Agosto de 2023, os proveitos totais no alojamento turístico foram de 75,4 milhões de euros, sendo 55,4 milhões proveitos de alojamento
Ainda que sejam estimativas, podendo ser alteradas, é certo que o mês de Agosto de 2023 já é o melhor mês de sempre em termos de proveitos toais e de alojamento, tudo à conta de preços que fizeram dos rendimentos por quarto disponível no alojamento turístico da Madeira a superar pela primeira vez os 100 euros. Um recorde absoluto na já longa história do turismo na Madeira.
"As estimativas referentes a Agosto de 2023, revelam que 91,8% dos estabelecimentos do alojamento turístico da RAM registaram movimento de hóspedes neste mês", refere hoje a Direcção Regional de Estatística da Madeira. "Analisando por segmento, verifica-se que a hotelaria é aquele que apresenta maior percentagem de estabelecimentos com movimento de hóspedes (95,2%), seguida do alojamento local, com 91,6%, e do turismo no espaço rural, com 91,3%".
Nesse mês, "o número de dormidas no alojamento turístico rondou os 1.153,2 mil, traduzindo um acréscimo de 2,9% em comparação com o mês homólogo (1.120,9 mil)", situando-se, ainda que provisoriamente, no mês com mais dormidas registadas. "De sublinhar que, excluindo o alojamento local com menos de 10 camas, as dormidas do alojamento turístico registaram uma quebra de 1,2% comparativamente a Agosto de 2022", faz notar a DREM, "tendência contrária à verificada a nível nacional (+1,4%). Os proveitos totais e os de aposento, em Agosto de 2023, apresentaram crescimentos homólogos de 14,4% e 16,9%, respetivamente, fixando-se, pela mesma ordem, nos 75,4 e 55,4 milhões de euros", ainda assim.
"No País, no mês em referência, as variações homólogas foram igualmente positivas, tanto nos proveitos totais (+10,4%), como nos de aposento (+11,1%)", refere.
De Janeiro a Agosto de 2023, no acumulado, "as dormidas no total do alojamento turístico na Região registaram um acréscimo de 15,9% face ao período homólogo, situando-se nos 7,4 milhões, enquanto os proveitos totais e de aposento aumentaram 26,0% e 29,6%, respetivamente, rondando os 438,0 e os 312,3 milhões de euros", todos já constituindo máximos para os primeiros oito meses desde que os dados são registados (1976). Portanto, novos recordes.
"É importante realçar que a hotelaria concentrou 73,8% das dormidas de Agosto de 2023 (851,1 mil), diminuindo 2,6% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (23,9% do total) e o turismo no espaço rural (2,3% do total) subiram 23,3% e 12,7%, pela mesma ordem", faz notar a autoridade estatística regional, dados da hotelaria que merecem acompanhamento para revelar se é tendência ou apenas circunstancial. "De Janeiro a Agosto de 2023, a hotelaria registou um crescimento de 10,7% nas dormidas, fixando-se estas nos 5,5 milhões", faz notar mesmo assim.
"Analisando as dormidas nos três principais mercados emissores internacionais, verificaram-se variações homólogas negativas, no mês de Agosto de 2023, excepto no mercado alemão, que apresentou um aumento de 4,5%. O mercado britânico registou o decréscimo mais elevado, de -7,8%, seguido do mercado francês, com uma quebra de 2,5%. As dormidas originadas pelo mercado nacional revelam, pelo terceiro mês consecutivo, uma redução face ao mês homólogo (-10,6% que em Agosto de 2022)", diz a DREM, outro indicador que pode merecer outras leituras.
"Comparando o período de referência com Agosto de 2019 (período pré-pandemia), a atividade no alojamento turístico apresentou um crescimento de 25,8% nas dormidas, com o mercado de residentes no estrangeiro a registar um acréscimo de 22,9%. Considerando os três principais mercados deste segmento, verificaram-se variações positivas no mercado alemão (+18,8%) e no britânico (+7,9%). Já o mercado francês apresentou um decréscimo de 14,3 %. Por sua vez, o mercado nacional registou uma variação positiva (+39,9%)", pelo que comparando a tempos 'normais' (2022 era um período de regresso às viagens sem limitações), há ainda uma larga vantagem. Estará o turismo regional a regressar ao dito 'normal' pré-pandemia?
Ainda assim, em termos acumulados (de Janeiro a Agosto), 2023 é quase certo que irá ser o melhor ano, estabelecendo os novos máximos para o sector. "Os quatro principais mercados emissores apresentaram igualmente crescimentos homólogos nesta variável, sendo o mercado alemão aquele que revelou o aumento mais expressivo, de +17,4%, seguido dos mercados da França, Portugal e Reino Unido, com acréscimos homólogos de 15,3%, 8,0% e 5,4%, respetivamente", diz.
No mês de Agosto de 2023, "o valor da estada média no conjunto do alojamento turístico registou uma ligeira descida relativamente ao mesmo mês do ano anterior (5,25 noites), fixando-se nas 5,07 noites", mas mesmo com a taxa de ocupação-cama do alojamento turístico, no mês em referência, a ser "de 74,3%, 0,9 pontos percentuais (p.p.) abaixo do observado no mês homólogo (75,2%) e a taxa de ocupação-quarto que "atingiu os 84,6% (85,7% em Agosto de 2022)", o principal 'motor' destes resultados no mês de Agosto de 2023, foi o RevPAR (proveitos de aposento por quarto disponível) que "rondou os 100,81 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +14,7% que no mesmo mês do ano precedente", salienta a DREM.
"De notar que foi a primeira vez que este indicador ultrapassou, num mês, o valor de 100 euros. Comparando com o valor de Agosto de 2019 (59,09 euros), verificou-se também um aumento, de +70,6%. Se se restringir a análise à hotelaria, aquele indicador evidenciou um crescimento homólogo de 16,1%, tendo o seu valor se situado nos 109,71 euros (+70,6% que em Agosto de 2019). De Janeiro a Agosto de 2023, verificou-se um RevPAR de 74,74 euros no conjunto do alojamento turístico (+24,7% em relação ao período homólogo) e de 80,21 euros no sector da hotelaria (+25,5%)", frisa.
Por sua vez, "o proveito por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 102,55€, em Agosto de 2022, para 119,14€, em Agosto de 2023 (+16,2% de variação homóloga). Nos primeiros oito meses de 2023, o ADR cresceu 14,8%, fixando-se nos 97,81 euros", conclui.