Eurodeputada do PS diz que Madeira devia ter sido mais célere a pedir ajuda
A eurodeputada madeirense Sara Cerdas, eleita pelo PS, considerou hoje que o Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP) devia ter sido mais célere no pedido de ajuda ao executivo da República para combater os incêndios que lavram na região.
"Perante as condições atmosféricas, o terreno, o alastrar das chamas, o Governo Regional da Madeira deveria ter sido mais célere no pedido de ajuda ao Governo nacional. Há decisões que não podem ser adiadas, tudo tem que ser feito para evitar colocar as populações em risco", afirma Sara Cerdas, numa declaração enviada à agência Lusa.
A eurodeputada socialista salienta que a situação que se vive na Madeira "é alarmante, com alguns focos de incêndio a preocupar as autoridades regionais e a população", acrescentando que está a acompanhar "com muito cuidado os desenvolvimentos desta tragédia".
Sara Cerdas expressa a sua solidariedade para com as autoridades que combatem aos incêndios e apela à população para que "respeite as indicações das autoridades de proteção civil, de forma a que consigam fazer o seu trabalho".
Também o PS/Madeira expressa, numa nota enviada às redações, a sua solidariedade para com as populações afetadas pelos incêndios que lavram na ilha.
Citado no comunicado, o presidente dos socialistas madeirenses "enaltece o trabalho hercúleo das várias corporações de bombeiros no terreno, as quais, apesar das condições difíceis que enfrentam e da falta de valorização que têm vindo a ser alvo por parte do Governo Regional, têm mostrado uma entrega incansável nesta causa".
Sérgio Gonçalves saúda ainda "a celeridade com que o Governo da República, através do Ministério da Administração Interna, se prontificou a apoiar a população da Madeira, através do envio de meios para ajudar no combate aos incêndios".
O BE/Madeira manifesta igualmente a sua solidariedade para com os afetados pelos incêndios e considera, em comunicado, que "tardou a decisão política de acionar a ajuda do Estado português, nomeadamente, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e o Exército".
"Deixamos uma palavra de agradecimento a todas as forças de intervenção que marcam presença no terreno, desde os bombeiros à Proteção Civil, à PSP, à Polícia Florestal passando pelas associações e voluntários que, desde a primeira hora, estão no terreno a ajudar a proteger e salvar pessoas, animais e bens", realça o Bloco de Esquerda.
O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18:00, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã da Ovelha e, posteriormente, às freguesias da Ponta do Pargo e das Achadas da Cruz, esta já no concelho do Porto Moniz, onde lavra agora com mais intensidade.
Durante a tarde de hoje deflagrou outro incêndio no concelho de Câmara de Lobos, contíguo ao Funchal a oeste, numa área florestal, no sítio da Vera Cruz, freguesia da Quinta Grande, que permanece ativo.
Num ponto de situação realizado cerca das 20:00, o secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, indicou que oito pessoas receberam assistência médica devido aos incêndios que lavram na Madeira, nos três concelhos, entre as quais um bebé por inalação de fumo.
O combate às chamas nos três municípios envolve um total de 127 operacionais, com o apoio de 42 viaturas e do helicóptero, que opera apenas durante o dia, e que hoje efetuou 55 descargas de água.
Para ajudar no combate a estes incêndios, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou pelas 17:30 que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vai enviar meios para a Madeira.
Mais tarde, na conferência de imprensa das 20:00, Pedro Ramos precisou que está previsto chegar à região, na manhã de sexta-feira, uma equipa de 55 elementos da força especial de bombeiros enviada ANEPC.