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Marketing de influência vs. publicidade tradicional

Os consumidores sempre valorizaram as opiniões dos outros, na medida em que são prescritores. Com o aparecimento das redes sociais e a utilização massiva destas, o efeito das recomendações é ainda maior. Isto porque nas diferentes plataformas digitais é possível partilhar experiências e avaliações pessoais que têm um impacto deveras interessante. E cada vez mais valorizamos mais as experiências do que publicidade. Sobretudo se esta nos é impingida…

De facto, ainda que uns mais ativos do que outros, quase todos marcamos presença nas redes sociais e seguimos pelo menos um influencer. Não importa o que nos move, se curiosidade ou interesse por viagens, moda, saúde, fitness, humor, música, estética, culinária, decoração ou outras temáticas, a verdade é que valorizamos estes conteúdos por nos transmitirem normalmente algum tipo de experiência de consumo.

Porque os consumidores podem livremente criar e divulgar a sua opinião sobre um produto, serviço ou marca, mostrando voluntariamente as suas preferências a outras pessoas por meio das suas interações sociais, através de plataformas como o Facebook, Instagram, Twitter, Tik Tok, etc., surgem na esfera digital cada vez mais microcelebridades que conseguem influenciar os seus públicos.

O objetivo é conseguir eWOM, ou seja, reações por parte de potenciais, atuais ou antigos clientes, que se pronunciam sobre as partilhas e sentem necessidade de compra. Afinal, o marketing é isso: suscitar o desejo de compra. Se a mensagem se espalhar de forma rápida e fácil, tanto melhor, pois é produzido um efeito viral ou “buzz”. E assim a influência não apenas flui entre os seus seguidores, como também se espalha pelos restantes utilizadores através de partilhas. Perfeito!

Na verdade, como já referi, estamos todos cansados de ser invadidos por anúncios publicitários tradicionais e arranjamos mil e uma forma de os evitar por que os achamos de certa forma intrusivos.

Então, o marketing de influência – de mão dada com o de conteúdo – pode ser uma resposta às deficientes (!) técnicas da publicidade tradicional, maximizando os benefícios do “boca a boca”.

É que o influenciador social é considerado um líder de opinião confiável e quem quer vender o seu produto ou serviço pode ou deve vê-lo como uma boa forma de promoção. Dependendo da escolha, até pode ser uma solução mais acessível em termos económicos.

O grande desafio é mesmo selecioná-lo corretamente. É impoprtante, antes de mais, perceber que o número de followers, ou seja, de seguidores determina o tamanho da rede, serve como indicador de popularidade e identifica os nós de influência e o seu valor enquanto formador de opinião. Contudo, este indicador pode não ser sinónimo de sucesso. Na maior parte das vezes, não é preciso escolher o influencer mais popular para ter sucesso. Este tem é de ter seguidores que interessem também a quem aposta neste tipo de influência.

Ainda, deve reinar a verdade e a transparência, pois infelizmente a mentira e o engano são bastante comuns neste ramo. Os denominados fake-influencers surgem porque falta regular a ação destes, sobretudo quando, protegidos pela suposta partilha em nome pessoal, obviamente se regem por interesses económicos e propagam informação errónea, contribuindo para o aumento da desinformação.