Exército israelita garante que Hamas já não consegue administrar Gaza
O Exército de Israel garantiu hoje que o Hamas "já não consegue administrar" a Faixa de Gaza, na sequência dos bombardeamentos israelitas realizados em resposta à ofensiva iniciada no sábado pelo grupo islamita palestiniano.
"Estamos a destruir a capacidade [do Hamas] de funcionar como soberano. Já não tem capacidade para administrar Gaza", afirmou o porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, em conferência de imprensa hoje realizada.
O Hamas "está atolado em anarquia e caos", acrescentou, sublinhando que os militares "atacarão qualquer pessoa que tenha estado envolvida nos ataques no sul de Israel".
O porta-voz referiu ainda que as forças israelitas estão em processo de identificação dos responsáveis pelos ataques.
"Fizemos vídeos e identificámos as pessoas que cometeram as atrocidades. Utilizámos o reconhecimento facial e não haverá impunidade", disse o representante antes de alertar que "aqueles que lhes dão refúgio também correm um sério risco".
Numa outra conferência de imprensa, outro porta-voz militar israelita, o tenente-coronel Richard Hecht, reiterou a mesma ideia, afirmando que o objetivo atual de Israel é exterminar o governo do movimento islamita palestiniano Hamas.
"Neste exato momento, estamos a concentrar-nos nos seus principais dirigentes, não apenas na liderança militar, mas em todos os responsáveis governamentais até [Yahya] Sinouar", o líder do Hamas em Gaza, adiantou.
Esses responsáveis "estiveram diretamente envolvidos" no "ataque mortífero de sábado que chocou Israel sobretudo pela brutalidade", indicou o tenente-coronel Richard Hecht.
O grupo islamita Hamas - considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE) - lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação denominada "Espadas de Ferro".
Israel declarou guerra total e prometeu castigar o Hamas como nunca antes, tendo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, declarado estar "em guerra" com o grupo palestiniano.
Segundo dados hoje avançados, o conflito já provocou cerca de 1.300 mortes em Israel e 1.354 na Faixa de Gaza.
A estas vítimas mortais somam-se mais de 3.200 feridos em Israel e mais de 6.000 em Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.
O Hamas e a Jihad Islâmica afirmam ter cerca de 130 reféns na sua posse, tendo o Governo israelita confirmado a identidade de 97 pessoas.
O número de deslocados dentro de Gaza ultrapassou as 338.000 pessoas, aumentando em 75.000 o número de civis que fugiram das suas casas dentro do território palestiniano num só dia, afirmou hoje o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).