Boda monárquica na República
A comemoração do 5 de Outubro e, dias depois, o casamento “monárquico” da simpática Maria Francisca, fez-nos recordar a tristeza deste País entregue durante mais de 700 anos `(1143-1910) à Monarquia e agora já há 113 anos à República.
Não vamos comentar tudo o que se passou no tempo dos Reis e das Rainhas – não há espaço e é um desperdício de tempo – basta salientarmos que o regime antes de chegar ao fim estava a cair de podre, atravessando uma crise política e financeira de bradar aos céus a juntar a outras situações que a história registou e qualquer pessoa pode facilmente consultar.
O pior, infelizmente, para o País e o seu povo, é que a substituição do regime Monárquico pelo Republicano, pouco ou nada trouxe de novo e de melhoria, pois os assaltos ao PODER foram constantes, as desordens, a instabilidade e os confrontos assíduos e irresponsáveis, que trouxeram ainda mais fome e miséria tornando a situação do País ainda mais caótica.
Basta referir que, desde 1910 a 1926 – data em que se deu o golpe militar que levou mais tarde à ditadura Salazarista, caíram 45 governos no País e mais duas Juntas.
Só de 1920 a 1926 este triste País contou com mais de 20 governos.
E era neste cenário de pobreza, (do povo e da Nação) de desordem e agitação política e social, que os miseráveis causadores pretendiam que os militares primeiro, e Salazar depois, instituíssem uma democracia em Portugal.
Foram eles mesmos, essa casta de “intelectuais de meia-tigela” juntos com punhado de ignorantes que, nestas alturas surgem sempre, que empurraram o País para a ditadura.
O mesmo aconteceu logo a seguir ao 25 de Abril de 1974.
Só não levaram o País para uma ditadura pior do que a que tínhamos, porque um punhado de valentes militares opuseram-se aos colegas traidores, juntamente com alguns políticos de bom senso e outras figuras, diríamos, anónimas, mas com força para ajudarem a combater as ambições doentias e tresloucadas existentes.
Porém, o 25 de Novembro de 1975 que travou e ganhou esse importante embate, não conseguiu, contudo, evitar de todo, os atos de malandragem vividos no país durante muitos anos e que ainda hoje se sentem os seus nefastos reflexos, como não conseguiu afastar da área do PODER algumas figurinhas que, em nome da democracia e da liberdade, vão impedindo que Portugal seja um país mais justo, mais sério, mais credível e mais democrático.
A REPUBLICA, coitada, (também não tem culpa) após ter servido de berço de uma infinidade de imbecis que a fizeram albergar uma ditadura durante quase meio século, após Abril 74 e na sequência de uma Revolução promissora e aguardada por milhões de portugueses, tem servido de ninho – salvo raras exceções – a bandos consecutivos de incompetentes e pessoas menos sérias, incapazes de travar a onda gigantesca de corruptos e exploradores de pessoas e bens, que está a levar imensos jovens ao suicídio e outros devidamente habilitados a saírem do país na única esperança de possuírem uma vida digna para eles e suas famílias.
Tudo isto, após ajudas milionárias dos países europeus que, bem orientadas, teriam sido suficientes para termos um Portugal com um nível de vida equiparado aos pequenos e médios países europeus.
Assim não quis DEUS e vamos cumprindo a nossa triste sina até que a morte nos visite.
Tem sido assim com os nossos antepassados e assim será com os vivos do presente.
Não com todos. Os que têm servido o País e, sobretudo, se servido dele, têm a Glória dos Céus neste mundo.
Juvenal Pereira