O título de hoje, tem muito que se lhe diga. Mudança, tout court, é o acto de mudar, trocar ou alterar. Pode-se referir tanto a uma mudança de casa, de cidade, de parceiro, agora, mesmo até de sexo, ou a uma transformação ocorrida a nível emocional ou físico; como se verá lá mais para diante, até à mudança de conceitos e ideias, ou mesmo de sentimentos e padrões.

É a dinâmica da vida e das sucessivas gerações. Estamos a falar de coisas muito sérias!

Vem isto a propósito, porque lembrei-me do slogan do PS Madeira, para as recentes eleições regionais: - “É tempo de mudar, Madeira”...

A sério? Viu-se...!

Mudar sim, mas, de rumo e paradigma …

Ao contrário do que alguns pensam, não são os eleitores que estão errados e manipulados, o que nos apresentam e representam, é que não serve...

É muito mais adequar o produto ao cliente, do que o cliente ao produto ...!

Defendo que tal e qual como no mundo empresarial, com uma boa concorrência, uma oposição preparada, forte e credível trará vantagens para todos, até para o próprio Governo.

Parece-me que não é a Madeira que tem de mudar…, a postura e a coluna vertebral de quem acha, que tem um projecto para os madeirenses, é que tem, de sofrer uma grande alteração, adaptação e mudança.

O resultado está à vista. Convém acordarem, perder 8 deputados não foi coisa pouca, não foi uma pequena dispersão de votos, foi uma derrota demolidora! Há que perceber e assumir; serem humildes na análise ajudaria!

Será que mais de quatro dezenas de anos a acumular derrotas, não são suficientes, para demonstrar e perceberem que o registo tem de ser outro?

Nenhuma empresa no mundo, sobreviveria, a sofrer reveses durante tanto tempo...!

Em dezenas de anos como empresário, tive alguns projectos que não funcionaram, mas, tive sempre a humildade de reconhecê-lo e a capacidade de fazer o diagnóstico para alterá-los. E quando falhei, assumi as minhas responsabilidades e paguei sempre a factura respectiva.

No formato de “agachados” e “distraídos”, subservientes e com “a cestinha da galinha debaixo do braço, para os senhores do continente”, não vão lá…!

O Povo é muito mais exigente, orgulhoso e cioso da sua Autonomia do que vos parece. Acreditem!

Falar em Autonomia é fácil, lutar por ela é com actos e “onde a porca torce o rabo”, mas, no fim do dia é o que verdadeiramente interessa e conta...!

Vou fazer uma confidência, já tinha o artigo de Outubro pronto, mas, perante o que aconteceu na noite do dia 24/09/2023, tive que alterá-lo e adaptá-lo à nova realidade.

Confesso a minha dificuldade para me enquadrar, neste novo cenário de mudança e a minha desilusão para assimilar as consequências!

Não ter a maioria “exigida” para governar, não é propriamente um sucesso; reconheço que, a votação ultrapassar os 43%, não deixa de ser verdadeira e paradoxalmente notável em qualquer parte. É uma verdade!

Mas, “ter” a maioria ou “fazer” a maioria, cá para mim, não é bem a mesma coisa! E se tivesse imaginado esta negociata com o PAN, não teria votado como votei.

Já me basta e envergonha-me bastante saber, que votei em Marcelo Rebelo de Sousa. Branco ou nulo, teria sido melhor opção, pelo menos para a minha consciência, pois fiz, como dizem os profissionais da política: - Vote em consciência ..., afinal enganei-me, ou melhor fui enganado!

Alguns políticos incomodados com a abstenção, já têm considerado a votação obrigatória. Deviam era se preocupar, com o desvirtuamento do sentido de voto do eleitor. A propriedade e sentido de voto de cada um, terá de ser respeitada. Se eu voto nisto, ninguém, por mais bondosas que sejam as intenções, pode fazer aquilo ...!

Na vida por vezes, é tudo uma questão de visão, dimensão e perspectiva; mas, trocar a possibilidade de ganhar o respeito e a admiração dos concidadãos, a nível regional e nacional e ficar na história por honrar a palavra, preferindo em troca os favores, humores e vontades das meninas Sousa Real e Mónica... Enfim!

Não é o meu tipo de gente, para fazer acordos e assumir compromissos, muito menos ir “à boleia” do meu voto. Oxalá corra tudo bem e que um dia os factos, não me venham a dar razão!

Sejamos claros, no sítio de onde venho e colocando-me nos seus sapatos, por muito que me custasse, já lá não estava. O “tê-los no sítio”, a maior parte das vezes é bem doloroso e pode chegar a dentro...!

Sou escravo da minha palavra e essa, não tem interpretações!

Deixo uma questão e umas perguntas para o outro parceiro da coligação. A matriz do CDS ainda é da democracia cristã?

É que vi uma intervenção da menina que é suposto ser “o cimento” da coligação, que ao se referir e no tratamento dado à Virgem Maria, o mais simpático e parecido, com a linguagem das pessoas e não da bicharada a que está mais habituada, foi “a gaja”... O que em termos da qualidade e tolerância da futura deputada, é desde já, uma apresentação convincente e esclarecedora...

Estão e ficam confortáveis com isto? E a consciência tranquila? E os princípios e valores? Em Santa Maria Maior onde nasci, os adultos ensinavam ás crianças mal educadas, malcriadas e que não respeitavam os outros, que havia um ditado que dizia: - “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”...!

Alguém por caridade e que se possa entender com a criatura, por favor explique-lhe que Nossa Senhora no presépio tinha os camelos dos Reis Magos e ainda que não tivesse, pelo menos que se saiba, cadelas, tinha um burro e uma vaca... e mais que não fosse por isso, merecia outro tratamento da representante dos bichos, bestas e animália em geral.

No final da noite dei-me conta, perplexo, que todos tinham ganho, o que não deixa de ser fantástico e extraordinário. Reconheço e assumo, que politicamente e por falta de jeito, sou um ignorantão, além de tonto!

Eu, infelizmente perdi, penso ter sido dos únicos!

A minha geração e outras que se aproximam do entardecer da vida, tiveram que aprender a conviver com a palavra MUDANÇA; muitas vezes e com algumas alterações significativas e radicais. E saber absorvê-las e vivê-las. O chamado poder de encaixe!

Tarde ou cedo a mudança chega sempre, faz parte da vida e do que se convencionou chamar progresso. Nos casos extremos é a evolução da espécie...

Vejam em 50/60 anos por exemplo, o que mudou e como.

Quando eu era criança, na Escola, havia casas de banho para rapazes e raparigas; ensinaram-me, que cada um fazia “chichi” com a sua e que não se “ajudava” os outros meninos a fazer “chichi”...; no duche, era preciso muito cuidado para juntar o sabonete...

Mais tarde no Liceu eram os rapazes de um lado e as meninas do outro, não havia cá misturas, o que aumentava substancialmente o interesse, a curiosidade, além da vontade...

Agora, é tudo misto, unissexo e com as alterações de género, por vezes, é possível o menino chegar à Escola de manhã como João, com voz grossa e regressar a casa à tarde, com voz esganiçada, trejeitos “amaneirados” e a dar pelo nome de Gracinda...

Na praia do Inglês em Canárias, há uma zona de nudismo; bem no centro dessa zona, há uma área delimitada, com bandeiras arco-íris ao vento e pejada de homossexuais, lésbicas, etc., que brincam uns com os outros, aos pulinhos e gritinhos, enquanto outros apanham sol. Até aqui, e dado o treino e vocação da minha geração, para “engolir sapos vivos”, aceitámos e respeitamos a mudança, relativamente à educação que recebemos e achamos bem, pelo menos a grande maioria, que cada um faça o que quiser da sua vida e do seu corpinho...

O que tenho dificuldade de entender e digerir, é uma grande tarja em letras garrafais que publicita e afirma o “Orgulho LGTB”, em inglês Gay Pride. Isso, além dos próprios, interessa a quem? Quem discrimina quem? As pessoas estão no seu direito de seguirem as suas orientações sexuais, hoje, é pacífico, para quê e porquê o “orgulho gay”?

Convém não esquecer, que mais de 85% da população, ainda são dos meus, ou seja, heterossexuais e não vejo ninguém se “orgulhar” por causa disso, muito menos andar por aí de bandeirinha a afirmá-lo e a fazer paradas e cortejos. Do meu ponto de vista, é mais uma questão de respeito e privacidade, do que de orgulho!

Como diz o Povo na sua sabedoria: - Quem quer respeito, tem de se dar ao respeito …!

Portugal ocupa o 1º lugar como o destino mais Gay friendly do mundo, na lista e índice do Spartacus International Gay Guide, o que convenhamos, não me parece que seja grande motivo de alegria, atendendo a que deve ser a ÚNICA situação, em que somos os primeiros a nível mundial, já nem sequer no Hóquei em patins... Já agora, sejamos rigorosos e justos e falando de orgulho, ocupamos também uma boa posição mundial a nível da Corrupção, circunstância da qual, não tenho orgulho nenhum …!

Ah! Já me esquecia, também temos um Presidente da República que foi o primeiro e o “único” que visitou uma trincheira na Ucrânia…! De quem também os motivos de orgulho, hoje, são poucos ou nenhuns, bem pelo contrário.

Valha-nos que, ainda e gulosamente, se preocupa com um bom decote e com as gripes que o mesmo pode ocasionar ...!