Analista desvaloriza projecções de aumento do preço do petróleo
O investigador e analista de mercados José Oliveira disse hoje não existirem sinais de que o preço do petróleo dispare no mercado internacional devido à guerra em Israel, e as consequências dependerão de se o conflito vai alastrar.
"Essa guerra em Israel, no princípio as cotações no mercado subiram, mas já começaram a descer e estão a voltar para a normalidade, agora a curto prazo a influência da guerra no mercado petrolífero vai depender da sua duração e das reações que os países árabes possam vir a assumir", disse hoje em declarações à Lusa o investigador do Centro de Estudos da Universidade Católica de Angola .
De acordo com o analista, se o conflito se prolongar pode haver reações que ainda não se vislumbram, considerando que a repercussão do conflito Israelo-palestiniano deve estar mais centrada no campo político.
Porque "esta guerra só prova que a política de Israel, de ter abandonado a criação do Estado palestino, é contrária à paz na região de maneira que, de tempos a tempos, vamos continuar a ter estas explosões e com mortes de inocentes", argumentou.
José Oliveira insistiu que acredita que as implicações económicas do conflito dependerão da duração e de se este vai alastar.
"Portanto, se haver uma duração grande pode haver alguma repercussão, mas, por enquanto, aquilo que se possa dizer é especulativo, não tem fundamento", realçou.
Em relação um possível aumento da procura do petróleo e consequente subida dos preços no mercado, o analista desvalorizou as aludidas projeções, dando nota que o petróleo "continua a produzir-se, a transportar-se, a ser transformado".
"E não está em nenhuma zona de perigo de produção, portanto isto são especulações", recordou.
Considerou ainda ser "arriscado" estimar-se um aumento dos preços do petróleo: "E é melhor não pensar nisso, porque não há nada para já que indique que isso vai acontecer".
"Não estou a ver que venha a haver cortes de produção dos países árabes", rematou José Oliveira.