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Colonos israelitas matam a tiro três palestinianos e ferem seis na Cisjordânia

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Foto: Arquivo/SAID KHATIB / AFP

Colonos israelitas mataram hoje a tiro três palestinianos numa aldeia a sul de Nablus, na Cisjordânia, e feriram seis, indicou a Autoridade Palestiniana, no mais grave incidente de violência de colonos contra civis palestinianos dos últimos meses.

Segundo testemunhas locais citadas pela agência palestiniana Wafa, o incidente ocorreu perto da aldeia de Qusra, cerca de 15 quilómetros a sul de Nablus, quando alguns cidadãos israelitas do colonato de Esh Kodesh atacaram palestinianos na estrada situada nas proximidades.

Durante o confronto, os colonos dispararam contra os palestinianos e suas viaturas, fazendo pelo menos nove feridos, vários deles com gravidade, que foram transportados para dois hospitais de Nablus, onde um deles viria a morrer, enquanto outros dois, de 16 e 17 anos, sucumbiram aos ferimentos num centro médico local, de acordo com a agência palestiniana Sanad.

Entre os feridos a tiro, há um menino de seis anos, precisou a Sanad, citando fontes do Crescente Vermelho palestiniano.

Com este ataque, sobe para 11 o número de palestinianos mortos por colonos na Cisjordânia desde janeiro, num ano caracterizado por confrontos cada vez mais violentos entre os israelitas ultra-sionistas, que estabelecem colonatos para reafirmar o seu direito àquela terra, e a população local.

O colonato de Esh Kodesh, um núcleo de uma dezena de famílias situado a um quilómetro a sul de Qusra, é um dos cerca de 100 chamados "postos avançados" ilegais ao abrigo da lei israelita, que se somam aos mais de 130 colonatos legalizados pelo Governo de Israel mas ilegais à luz do direito internacional, que cobrem quase 10% do território da Cisjordânia.

Os habitantes destes núcleos acossam frequentemente a população local e destroem as suas colheitas e os seus pertences, porque, na sua opinião, a Cisjordânia deveria ser inteiramente judaica.

Com mais estas três mortes, ascende a 27 o balanço de vítimas palestinianas na Cisjordânia e a 130 o número de feridos desde que o Hamas, o movimento islamita no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou a 07 de outubro um ataque surpresa contra Israel, que fez até agora mais de 3.000 mortos (o total dos dois lados).

Hoje de manhã, um palestiniano foi morto a tiro pela polícia israelita na cidade de Belém em circunstâncias não-esclarecidas e, na terça-feira à noite, agentes policiais abateram dois jovens que estavam a atirar-lhes pedras e artefactos incendiários durante um protesto no bairro de Silwan, na periferia oriental de Jerusalém.

Outros dois jovens palestinianos morreram na terça-feira baleados pelas forças de segurança israelitas num protesto perto da cidade de Jenin, no extremo norte da Cisjordânia, ao passo que mais seis morreram em Hebron.

Até agora, todas as mortes palestinianas desde sábado ocorreram devido a tiros disparados pelas forças de segurança israelitas, a que se soma a morte de um homem, também na terça-feira, em Tulkarem, atingido por estilhaços de um 'rocket' lançado da Faixa de Gaza ou pelo projétil antimísseis israelita que o intercetou.

A Cisjordânia e Israel vivem a sua maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e, desde o início deste ano, já morreram 231 palestinianos no contexto do conflito israelo-palestiniano, a maioria dos quais rebeldes em confrontos armados com tropas israelitas, mas também civis, incluindo 40 menores.

Em paralelo, a região foi palco da proliferação de novos grupos armados palestinianos, que realizam cada vez mais ataques e fizeram 32 mortos do lado israelita, a maioria deles colonos, cinco dos quais menores e quatro profissionais de segurança.