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Putin pede aos EUA para não agravarem a situação em Israel

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O Presidente russo, Vladimir Putin, criticou hoje a decisão dos EUA de enviar um porta-aviões para o Mediterrâneo para apoiar Israel na guerra contra o movimento islâmico Hamas, pedindo a Washington para não agravar a situação.

"Não entendo por que razão os Estados Unidos estão a enviar um grupo de porta-aviões para o mar Mediterrâneo e a anunciar um segundo. Não percebo a razão. Vão bombardear o Líbano? O que vão fazer? Ou decidiram apenas assustar alguém?", interrogou-se Putin na sessão plenária da Semana Russa da Energia.

"Mas há pessoas que já não têm medo de nada. Não é necessário resolver os problemas desta forma, mas sim procurar soluções de compromisso. Mas, claro, estas ações agravam a situação", defendeu o líder russo.

O Pentágono mobilizou o porta-aviões Gerald R. Ford da Marinha dos EUA, bem como o cruzador de mísseis guiados USS Normandy, bem como os 'destroyers' de mísseis guiados Thomas Hudner, USS Ramage, USS Carney e USS Rossevelt.

Segundo o jornal 'online' Politico, um outro porta-aviões, o USS Dwight D. Eisenhower, com os seus navios e aeronaves associados, poderá chegar em breve ao Mediterrâneo oriental.

Putin acusou os EUA de terem negligenciado os mecanismos de resolução estabelecidos para a solução do conflito israelo-palestiniano, que envolve a criação de um Estado palestiniano independente, com Jerusalém Oriental como capital.

O Presidente russo disse ainda que a não implementação desta solução é agravada pela questão dos colonos no território palestiniano ocupado.

"É claro que é uma tragédia e que há muitas queixas de ambos os lados. Mas, agora, o que devemos tentar minimizar as perdas entre os idosos, mulheres e crianças", argumentou Putin, acrescentando que espera que "num futuro próximo a situação se acalme".

O líder russo quis deixar claro que a posição do seu país sobre o conflito israelo-palestiniano não é nova, lembrando que a Rússia sempre defendeu a implementação da resolução das Nações Unidas e o estabelecimento de um Estado palestiniano independente.

Putin disse ainda que não identificou qualquer prova do envolvimento do Irão no ataque a Israel por parte do movimento islâmico Hamas.

"O Irão é acusado de todos os males, como de costume, sem provas. Não há nenhuma prova. Veremos. ESpero que o senso comum prevaleça", disse Putin.

Hoje, o líder supremo do Irão, Ali Kamenei, repetiu a ideia de que o seu país está orgulhoso da juventude palestiniana pelo ataque surpresa contra israel, mas voltou a negar o envolvimento nessa ação.

O movimento islâmico Hamas lançou no sábado uma ofensiva em território israelita, tendo Israel retaliado com bombardeamentos da Faixa de Gaza.

O conflito provocou mais de 1.200 mortos do lado israelita e 1.055 em Gaza desde sábado, segundo dados das duas partes.