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Investigadores sul-africanos consideram que XBB.1.5 não é variante de preocupação

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Dois investigadores na África do Sul consideraram hoje que a sub-variante XBB.1.5. associada a uma maior transmissibilidade da covid-19 não é uma nova variante que suscite preocupação.

"Este nome 'Kraken' foi usado apenas por algum cientista sem qualquer aprovação [científica]. Estamos a falar da Ómicron - ainda é a Ómicron, apenas adicionou duas mutações diferentes que a tornam um pouco mais transmissível", salientou o investigador Túlio de Oliveira.  

"Não é uma nova variante de preocupação, não é qualquer tipo de vírus que causará pandemónio no mundo", adiantou o investigador à imprensa sul-africana.

O diretor da Plataforma de Inovação e Sequenciamento de Pesquisa da Universidade de KwaZulu-Natal (Krisp), que também dirige o instituto de sequenciamento genómico da Universidade de Stellenbosch, na província sul-africana de Western Cape, acrescentou que "a África do Sul não deveria entrar em pânico pois alcançou-se uma elevada imunidade da população".

O investigador anunciou na sexta-feira, na rede social Twitter, a deteção pela Universidade de Stellenbosch da presença pela primeira vez no país da sub-variante XBB.1.5, com base numa amostra colhida no dia 27 de dezembro.

Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que a 'Kraken' era "a subvariante mais transmissível detetada até agora".

Segundo a OMS, a nova variante XBB.1.5 foi originalmente identificada em outubro de 2022, tendo já sido detetada em 29 países, sendo a mais dominante nos Estados Unidos.

"Parece estar a substituir as outras linhagens sem completá-las por meio da transmissibilidade, onde se tornou predominante nos EUA e já há algum tempo", salientou, por seu lado, o académico Alex Welte, investigador visitante do Centro de Modelagem e Análise Epidemiológica da Universidade de Stellenbosch.

"Não sabemos muito sobre a [sua] gravidade, não há nenhum sinal marcante de que seja algo terrivelmente escandaloso ou significativo, então acho que não precisamos de entrar em pânico", adiantou o cientista ao canal de televisão sul-africano eNCA.

Em dezembro de 2020, quando uma equipa de cientistas sul-africanos comunicou à OMS a presença pela primeira vez no país da variante 501Y.V2 do vírus SARS-CoV-2, semelhante à encontrada também no Reino Unido, diversos países da União Europeia (UE), incluído o Reino Unido, Alemanha, França, e ainda Turquia, Israel e Arábia Saudita, anunciaram a suspensão imediata de voos para a África do Sul com receio da nova variante do coronavírus.

Em novembro de 2021, a África do Sul foi alvo de nova "avalanche" de proibições de voos internacionais do país, impostas em 24 horas, nomeadamente pelos 27 Estados-membros da UE, incluindo Portugal, após a deteção e divulgação da variante B.1.1.529, classificada pela OMS de Ómicron, que também havia sido encontrada na União Europeia e Hong Kong.

A doença respiratória da covid-19 é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.