Itália, Irlanda, Países Baixos e Austrália condenam ataques à democracia no Brasil
As críticas da comunidade internacional aos ataques de apoiantes do ex-Presidente brasileiro aos três órgãos de soberania do Brasil continuam a fazer-se ouvir hoje, com Itália, Irlanda, Países Baixos e Austrália a condenarem firmemente os incidentes.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, descreveu a invasão da principal sede institucional do Brasil por milhares de pessoas como "inaceitável e incompatível com qualquer forma de discórdia democrática".
"O que está a acontecer no Brasil não pode deixar-nos indiferentes. As imagens da invasão de poderes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer forma de discórdia democrática", disse a líder de extrema-direita italiana.
Em mensagens publicadas na rede social Twitter, Meloni insistiu ser "urgente o retorno à normalidade" e garantiu a sua "solidariedade para com as instituições brasileiras".
Também o vice-primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, condenou o "ataque violento contra a democracia" no Brasil, admitindo estar "profundamente preocupado" e sublinhando o apoio da República da Irlanda ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
"A Irlanda condena este violento ataque contra as instituições democráticas e apoia plenamente a democracia brasileira", escreveu no Twitter o "número dois" do Governo de Dublin, que também detém a pasta dos Negócios Estrangeiros.
Na mesma linha, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, considerou "inaceitável" o assalto ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto do Brasil e manifestou o seu apoio ao Presidente brasileiro, lembrando que foi "democraticamente eleito" pelos brasileiros.
"Assisti com horror às imagens da tomada de edifícios do Governo em Brasília. É uma violência inaceitável contra instituições que, juntas, formam o coração do Estado democrático de direito", escreveu, igualmente numa publicação no Twitter.
O ex-presidente do Governo espanhol, José Maria Aznár, também manifestou apoio ao Presidente brasileiro e condenou "qualquer intenção de subverter a ordem constitucional" numa mensagem divulgada nas redes sociais.
Por sua vez, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, considerou que "a transferência pacífica do poder e o respeito pela vontade do povo são fundamentais numa democracia" e acrescentou que o seu país espera trabalhar com o Presidente brasileiro.
Milhares de apoiantes do ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, invadiram, no domingo, a sede do Congresso Nacional e sucessivamente o Palácio do Planalto, sede do Governo, e o edifício do Supremo Tribunal Federal, na capital brasileira.
Os radicais, que não reconhecem o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro por poucos votos, pediram uma intervenção militar para derrubar o Presidente brasileiro.
A Polícia Militar conseguiu recuperar as três instituições e desocupar totalmente a Praça dos Três Poderes, numa operação que resultou em pelo menos 200 detenções.
A invasão, condenada de imediato pela comunidade internacional, começou depois de militantes da extrema-direita brasileira - apoiantes do anterior Presidente - terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.