Emmanuel Macron promete nunca esquecer vítimas dos ataques 'jihadistas' de há 8 anos
O Presidente francês, Emmanuel Macron prometeu hoje "nunca esquecer" as 17 vítimas dos ataques 'jihadistas' de há oito anos entre o jornal Charlie Hebdo, o supermercado Hyper Cacher e em Montrouge, durante uma cerimónia de homenagem.
"Cabu, Wolinski, Charb, Tignous, Honoré, Bernard Maris, Elsa Cayat, Frédéric Boisseau, Franck Brinsolaro, Ahmed Merabet, Mustapha Ourrad, Michel Renaud, Clarissa Jean-Philippe, Philippe Braham, Yohan Cohen, Yoav Hattab, François-Michel Saada: nunca os esqueceremos", escreveu o chefe de Estado.
Também na rede social Twitter, a primeira-ministra, Elisabeth Borne, prestou homenagem às vítimas. "Face ao terrorismo islamista, a República ergue-se. Pelas suas famílias, pelos nossos valores, pela nossa liberdade: não nos esqueçamos", escreveu.
"A sátira, a irreverência e a tradição republicana das caricaturas de imprensa são intrínsecas à nossa democracia. Continuamos a defendê-los", reagiu também a ministra da Cultura, Rima Abdul Malak.
Uma cerimónia teve lugar frente às antigas instalações do semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris, na presença do Presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, do ministro do Interior, Gérald Darmanin, e da Presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo.
Foi nestas instalações que os irmãos Saïd e Chérif Kouachi mataram 11 pessoas a tiro em 07 de janeiro de 2015. Entre as vítimas estavam figuras emblemáticas do "Charlie", como o seu diretor e cartoonista Charb, os cartoonistas Cabu, Wolinksi, Honoré e Tignous, e o economista Bernard Maris.
A poucos metros de distância, na avenida Richard-Lenoir, o tenente da polícia Ahmed Merabet foi morto pelos irmãos Kouachi enquanto tentava prendê-los.
Os dois islamistas afirmaram ser membros da Al-Qaida que tinham vindo para "vingar o profeta" Maomé depois de este ter sido caricaturado no jornal satírico. Foram mortos após dois dias de fuga.
Em 08 de janeiro de 2015, outro 'jihadista', Amédy Coulibaly matou uma mulher polícia em Montrouge, a sul de Paris. No dia seguinte, este criminoso radicalizado, que alegava ser um membro do grupo extremista Estado Islâmico, matou quatro reféns, todos judeus, num supermercado 'kosher', Hyper Cacher, no leste de Paris. Foi morto a tiro no ataque.
Oito anos mais tarde, o jornal Charlie Hebdo viu-se no centro de uma crise diplomática, depois de esta semana publicar caricaturas sobre o regime iraniano, que Teerão considerou ofensivos.
O Irão anunciou na quinta-feira o encerramento do mais antigo e mais importante centro de estudos francês do país, o Instituto Francês de Investigação no Irão (IFRI), filiado no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.