Artigos

Reis 2023

Só espero que Cristiano Ronaldo nunca se esqueça que um País o apoia e que os ingratos, apesar do ruído, são poucos e bem identificados

1. Estamos a ter o privilégio de viver numa época em que acompanhamos o crescimento de um menino que se tornou, simplesmente, o homem mais conhecido no mundo, com o bónus de ser Madeirense.

Cristiano Ronaldo é a personificação do sonho, que é possível ter sucesso, sem cunhas e favores e fruto apenas da vontade, empenho e talento. Cristiano Ronaldo tem origens muito humildes e com vários problemas sociais e nem isso o fez ficar para trás.

Não há político, empresário, estadista, artista…. no MUNDO tão conhecido como o “nosso” Cristiano, e foi ele que fez a maior publicidade à Madeira e a Portugal. Não há campanha turística, por mais cara ou bem feita que seja, que supere uma simples fotografia ou menção à sua terra por parte de CR7. As suas obras e donativos sociais, a sua palavra tem um impacto, até político, por onde passa, e o simples facto de mencionar ou tirar uma fotografia com a equipa feminina de futebol da Arábia Saudita, já terá efeitos para os direitos daquelas mulheres naquele pais.

Tudo isto tem um valor incalculável e só com a insensatez típica dos mal dizentes, frustrados e a pequenez de quem pouco ou nada fez pela vida e pelos outros, é que fazem passar uma mensagem de um povo mal agradecido a quem tanto fez pelo nosso País e Região.

Não, Cristiano Ronaldo não é santo e tem falhas como qualquer ser humano mas merece um respeito acrescido, especialmente da “sua família” que somos todos nós Portugueses. Enquanto, em todos os outros países, a nação ergue-se na proteção os seus ídolos em todos os momentos , especialmente nos maus, aqui gostamos, especialmente, de fazer o contrário.

Lembrem-se sempre do vós próprios. Aguentamos com as críticas a maledicência dos outros, mas dói muito quando é a nossa família a fazê-lo. A ingratidão quando infligida por quem defendemos é uma arma que fere de morte.

Só espero que Cristiano Ronaldo nunca se esqueça que um País o apoia e que os ingratos, apesar do ruído, são poucos e bem identificados.

Cristiano Tu és REI.

2. Cantaram-se os Reis e a ilha encheu-se de várias manifestações culturais com grupos populares espontâneos ou organizados.

A maior parte das iniciativas culturais de âmbito tradicional tem o “dedo” das Casas do Povo. Dando apenas como exemplos:

Julgo que 90% das crianças e jovens na zona da Calheta e Ponta do Sol tiveram formação musical e instrumentos tradicionais graças às suas Casas do Povo.

A maior parte dos pequenos grupos de teatro locais, grupos de música de cantares tradicionais, iniciativas de preservação da nossa identidade cultural, de uma forma geral são desenvolvidos pelas Casas do Povo.

Em especial, nas zonas rurais, as Casas do Povo assumem um papel socio-cultural com uma especial relevância, pois a proximidade com a população é maior, pois estão desprovidas, na sua ação, de “favores partidários” pois tudo o que fazem é aberto a TODA a população sem escolher “uns e outros”.

São algumas as vozes que querem acabar com as Casas do Povo. Acham que as Juntas de Freguesia poderiam fazer todo este trabalho. ACHAM… e por isso debitam enormidades como:

1. São instituições sem legitimidade. Para quem não sabe, as CP são instituições cujos órgãos são eleitos pelos seus sócios, o POVO. Sabiam que é sempre um problema a constituição de listas porque são muito poucos os que querem trabalhar fora de horários, fins de semana, férias e sem horários? A legitimidade junto do Povo é exatamente igual a outras que tem por base a eleição livre e democrática.

2. Recebem apoio do Governo Regional e o valor é excessivo. Talvez fosse interessante que, antes de dizerem tanta asneira, fizessem uma análise honesta e facilmente perceberão que a verba é francamente modesta, face ao trabalho desenvolvido e impossível de realizar por qualquer instituição publica, porque muito do trabalho é VOLUNTÁRIO por parte dos associados e população envolvida. Gostaria de saber qual a instituição publica, como uma Junta de Freguesia, que consegue mobilizar pessoas para trabalharem de graça, ano após ano. Acreditem, assumindo o princípio da subsidiariedade e descentralização, fica imensuravelmente mais barato ao governo este apoio, tendo em conta o trabalho que é feito junto da população.

3. As Juntas de Freguesia podem fazer o que as Casas do Povo fazem. Pois bem, e porque é que não fazem? Existem muitas freguesias que não têm Casa do Povo. E aquelas que têm porque não complementam o que é feito, com mais iniciativas, ou simplesmente se tentam juntar às iniciativas existentes? Pois… Falar é fácil mas trabalhar está quieto.

Podemos fazer um paralelo com o Desporto e Clubes desportivos. Os Clubes recebem milhões de euros para os escalões de formação, em bom rigor e na linha de pensamento, o Governo poderia desenvolver os escalões de formação nas escolas, ou as Câmaras ou Juntas localmente??? Claro que não, e esta ideia claro que é absurda, todos preferem dar subsídios a assumir responsabilidades.

Agora pensem o que será da cultura tradicional sem as Casas do Povo. Fechem tudo e digam-me o que aconteceria ao desenvolvimento cultural desta ilha. Acham mesmo, com honestidade, que seriam as Juntas a fazê-lo tendo em conta a realidade.

Acredito piamente que muita gente que fala contra as Casas do Povo, desconhece a realidade, a plenitude e o alcance das ações destas instituições e por isso faço aqui um convite particular a todos: Venham visitar a Casa do Povo da Fajã da Ovelha (com certeza, articulando, outras estarão disponíveis) venham conhecer as pessoas, conhecer as iniciativas, o que fazemos e como fazemos.

O Cantar do Reis é apenas uma parte, mas o “reinado” das Casas do Povo é maravilhoso em tantas outras coisas que são feitas para a população. Temos as portas abertas a todos os que, independemente da Religião, género ou opções partidárias, queiram juntar-se a nós.

P.S. - Feliz 2023, faço votos que este ano que se avizinha difícil, seja, afinal, repleto de prosperidade, saúde e paz para todos vós.