Madeira

"Urge que o senhor primeiro-ministro governe"

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Foi em pleno campo de golfe do Santo da Serra que Miguel Albuquerque voltou a dar uma espécie de ‘tacada’ na convulsão interna no governo de António de Costa ao acusar o primeiro-ministro de não ter mão na crise política que o executivo socialista está mergulhado. O líder dos social-democratas afasta, para já, cenário de eleições antecipadas até porque isso seria, no seu entender, motivo para “o PS vitimizar-se”.

“Esta crise não erradica nem na oposição nem no senhor presidente [Marcelo Rebelo de Sousa]. Erradica nas confusões e nas balbúrdias internas do governo”, expressou esta tarde durante ainda decorria a visita ao investimento de 2,5 milhões de euros no melhoramento da captação de rede água defendendo desta vez a postura de Marcelo. 

Para Albuquerque a questão é simples: “O PS tem de pôr ordem na casa. Tem que chamar a razão dos ministros e fazer um escrutínio dentro do próprio governo e começar a governar”, sentenciou o chefe do governo insular que curiosamente tinha a seu lado quatro secretários regionais, um deles Rui Barreto, parceiro da coligação pós-eleitoral de 2019.

Com a sucessão de demissões dentro do Governo da República o presidente da Mesa do Congresso do PSD nacional considera o país está a “perder tempo” justamente porque existe um “quadro comunitário para aplicar” bem como um "conjunto de questões pendentes”, além de dar nota “insuficiente” a aplicabilidade do Plano de Recuperação e Resiliência.

Pelo meio recordou que “o PS está a pagar os erros da sua soberba”, puxando da memória aquilo que os gregos diziam: “Muito tempo no poder (…) perdem a noção da realidade. É o que está acontecer”, sentenciou, recriminando o “recrutamento” de governantes que está sendo feito pelo primeiro-ministro.

“O primeiro-ministro não consegue recrutar pessoas válidas na sociedade civil, portanto vai metendo pessoas do aparelho que estão há muito tempo com ligações, com uma rede de ligações - a amigos e parentes - dentro do aparelho do estado, o que leva a este tipo de situações”, comentou deitando mais achas para a fogueira, contrariando António Costa por garantir que o seu governo está coeso: "11 demissões em 9 meses, vê-se que o governo está muito coeso”, ironizou.

E para final de conversa, deixou a tacada final: “Urge que o senhor primeiro-ministro assuma as suas responsabilidades e governe em função daquilo que foi a confiança que os portugueses, bem ou mal, depositaram nele e no PS”.