Madeira

Lagoa evita "dramas" de que "o golfe acaba com a água"

Governo Regional liberta a rede pública de um fornecimento contínuo ao Campo de Golfe do Santo da Serra. Miguel Albuquerque explica como é que será feito todo este aproveitamento que vem beneficiar a prática da modalidade, os agricultores e até o combate a incêndios.

Foto Victor Hugo
Foto Victor Hugo

Miguel Albuquerque aposta no futuro da modalidade também em termos turísticos, com a captação do mercado do Norte da Europa, e tendo em conta que a Região terá, no futuro, a oferta de quatro campos: três na Madeira e um no Porto Santo.

O Governo Regional investiu 2,5 milhões de euros para deixar de lado "aquelas questões que o golfe acaba com a água". No fundo, "dramas à portuguesa", como categorizou Miguel Albuquerque, que hoje subiu até ao Santo da Serra para ver de perto os depósitos - ou as lagoas - que "estão muito bonitos" e que primam pela tecnologia de ponta.

"Isto hoje é regado ao milímetro através de computadores e de uma rede que tem quase 44 quilómetros. É preciso ter a noção daquilo que estamos aqui a falar", avançou o presidente do Governo Regional em declarações aos jornalistas.

Quando chove ou com a condensação da água dos nevoeiros esta água é aproveitada e canalizada para estes depósitos, que no fundo são as lagoas, e depois permite uma muito maior sustentabilidade (...) tudo isto implica que neste momento se poupe água e quando há picos de excesso de água essa água é aproveitada para fortalecer a rede de rega para os nossos agricultores (...) este sistema é pioneiro a nível nacional e no futuro, mesmo no Campo da Ponta do Pargo, vamos pensar também em introduzir este sistema, porque é um sistema que permite poupança de recursos.
Miguel Albuquerque

Os agricultores beneficiam, mas não só. Segundo Miguel Albuquerque a modalidade (e o campo) também fica a ganhar, bem como os próprios meios de socorro em eventuais incêndios.

"Havia alturas em que vínhamos aqui ao Santo e parte da relva estava seca e neste momento isso não vai acontecer, portanto, permite que o campo fique em condições operacionais durante todo o ano", vincou, explicando ainda que "a própria Protecção Civil, em caso de catástrofe, pode aqui abastecer", isto é, "o helicóptero" pode usar os depósitos "facilmente e carregar a água em caso de incêndios e toda a gente fica a ganhar".

O presidente do Governo Regional que destacou igualmente a aposta nesta modalidade em termos turísticos, tendo em conta que a Região terá, no futuro, quatro campos. Antes disso, sinalizou ainda que a intenção do seu executivo passa por prolongar a concessão deste campo ao Club de Golfe do Santo da Serra.

A ideia é renovarmos a concessão. Espero que a concessão continue. O campo é propriedade do Governo, mas precisa de pessoas e, sobretudo, de entidades que saibam gerir e saibam atrair as pessoas para o golfe e, sobretudo, saibam conter os custos, porque a contenção de custos é muito importante. A ideia do Governo é ter bons campos de golfe e esses campos serem geridos por entidades que saibam o que estão a fazer, poupando dinheiro aos contribuintes. E o papel da Madeira, com o campo da Ponta do Pargo, vai ser continuar a criar uma grande atractividade para o golfe.  Miguel Albuquerque

Miguel Albuquerque entende que com os futuros três campos na Madeira e o do Porto Santo "vamos ter a possibilidade, no fundo, como acontece com o Sul de Espanha, que os turistas do Norte da Europa possam vir num charter", desembarquem no Porto Santo, joguem na Ilha Dourada e, posteriormente, experimentem os campos da Madeira, regressando depois à sua destino.

"Isso vai permitir que a Região seja considerada um destino de golfe. Temos de ter uma oferta diversificada onde as pessoas possam desenvolver durante uma semana actividades na Madeira. Se olhar para o número de praticantes de golfe na Europa ou no Ocidente vai perceber que este é um dos polos de atractividade que temos de aproveitar", assume.

"Gastávamos 2.300 metros cúbicos de água"

O presidente do Clube de Golfe do Santo da Serra, António Henriques, era um homem naturalmente satisfeito após o concretizar de um investimento que vai poupar muitos custos à instituição por si dirigida.

"Vai-nos permitir ter uma reserva de 40 mil metros cúbicos de água e o sistema introduzido vai permitir uma rega selecctiva. Para termos uma ideia gastávamos 2.300 metros cúbicos de água para se regar e hoje precisamos tão somente de 838, o que é uma coisa fantástica", realçou.

Hoje é um dia muito feliz para este Clube de Golfe do Santo da Serra. Estão de parabéns os seus sócios, estão de parabéns todos os madeirenses e estão de parabéns, em particular, o senhor presidente do Governo e todo o Governo da Região Autónoma. Como sabem esta é uma infra-estrutura fundamental para todos aqueles que nos visitam e esta intervenção agora introduzida aqui é de uma importância fundamental. Nós tínhamos uma capacidade muito limitada de água e bendito o dia que a Dra. Susana Prada disse «querem água vão buscar à chuva». E é exactamente isto que acontece. Esta lagoa é fruto de captação em altitude da água da chuva.  António Henriques

António Henriques avançou igualmente que em caso de "excessos" existe "uma ligação directa para a via pública que permite também o transbordo para a rede pública", ou seja, "todos ganhamos".