Alemanha anuncia envio de 40 veículos blindados para Kiev
A Alemanha anunciou que vai enviar 40 veículos blindados Marder para o Exército ucraniano nos próximos meses, pouco depois de os EUA terem anunciado uma nova fase no apoio militar a Kiev.
"Estarão prontas 40 viaturas no primeiro trimestre deste ano, podendo ser enviadas para a Ucrânia, após um treino de oito semanas", informou Steffen Hebestreit, porta-voz do Governo alemão.
Na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, tinham anunciado o envio de veículos de combate de infantaria para apoiar as tropas ucranianas contra o exército russo, mas sem terem clarificado o volume e o cronograma do envio.
Essa notícia irritou a Embaixada da Rússia em Berlim, que condenou as entregas, dizendo que contribuem para uma "escalada do conflito na Ucrânia".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já disse que agradeceu esse gesto ao chanceler alemão, durante uma conversa telefónica.
Os Estados Unidos fornecerão veículos Bradley, armados com canhões automáticos, metralhadoras e mísseis antitanque, enquanto a Alemanha enviará Marders, equipados com canhões.
Nos últimos meses, os aliados europeus da Ucrânia já entregaram tanques fabricados pelos soviéticos, mas nunca tanques construídos no Ocidente, apesar dos repetidos pedidos de Kiev.
Até agora, o Governo alemão tinha-se recusado a entregar tanques, alegando que essa medida deveria ser decidida em consulta com os aliados ocidentais e que a Alemanha e a NATO não deveriam estar diretamente envolvidas na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Mas a pressão aumentou sobre Berlim quando Paris prometeu à Ucrânia entregar carros de combate ligeiros AMX-10 RC, de fabrico francês, em resposta às necessidades de Kiev, para enfrentar o Exército russo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.