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Presidente do Peru convoca organizações civis e políticas para encontrar "paz social"

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Foto EPA/Paolo Aguilar

A Presidente peruana Dina Boluarte convocou hoje organizações políticas, sociais e religiosas, sindicatos empresariais e instituições do Estado para uma reunião na qual pretende abordar "questões urgentes para alcançar a paz social" no país.

"Na próxima segunda-feira reunir-se-á o Acordo Nacional, fórum no qual estão representadas todas as forças políticas e sociais, sindicatos empresariais, trabalhadores, igrejas e sociedade e onde abordaremos questões urgentes para alcançar a paz social", sublinhou a chefe de Estado peruana, durante um ato oficial.

Boluarte acrescentou que "pela primeira vez vão participar neste encontro os responsáveis das instituições que compõem o Conselho de Estado e os novos governadores regionais".

Fazem parte do Conselho de Estado os líderes dos poderes executivo, legislativo e judicial do Peru, bem como representantes de órgãos autónomos como o Tribunal Constitucional, a Procuradoria, o Conselho Nacional de Justiça, o Ministério Público, o Júri Nacional das Eleições e o Tribunal de Contas.

Durante o seu discurso na cerimónia do terceiro aniversário do Conselho Nacional de Justiça, Dina Boluarte apelou ao "compromisso de todos" para encontrar "a solução do problema questões relevantes" exigidas pelo país.

Sobre as novas manifestações que se registam desde quarta-feira no país, sobretudo no sul, a Presidente reiterou que o seu governo respeita o direito da população à manifestação pacífica e notou que a maioria dos cidadãos apela ao fim da instabilidade.

Também hoje, Boluarte tinha insistido na vontade do seu governo de transição fortalecer a democracia peruana para corresponder às exigências dos cidadãos e combater os flagelos que afetam a sociedade, incluindo a corrupção.

Pelo menos 50 pontos do país registaram hoje bloqueios de estrada, no terceiro dia desde o reinício das manifestações, após a trégua natalícia das manifestações que começaram em dezembro e que em 20 dias resultaram em pelo menos 28 mortos.

Entre outras reivindicações, os manifestantes exigem a antecipação das eleições, marcadas pelo novo Governo para a primavera de 2024, a dissolução do Congresso, a convocação de uma Assembleia constituinte, a demissão de Boluarte do cargo de vice-presidente e a libertação do ex-presidente Pedro Castillo, no poder entre 2021 e 2022 e condenado a 18 meses de prisão preventiva sob a acusação de promover um "golpe de Estado".

O Ministério Público do Peru pediu hoje a prisão preventiva para a ex-primeira-dama Lília Paredes, mulher de Castillo que se encontra exilada no México, enquanto é investigada por um caso de alegada corrupção.