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Antigos jogadores do Marítimo lembram Gianluca Vialli

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Foto Arquivo

Internacional italiano nas décadas de 80 e 90 morreu esta sexta-feira. Tinha 58 anos. Defrontou o clube verde-rubro em 1994, em jogo da Taça UEFA. Carlos Jorge e Zeca recordam "grande jogador"

Itália chora a morte de Gianluca Vialli. Quem viveu o futebol dos anos 80 e 90 sente, de forma profunda, a partida de um dos craques dessas décadas. O antigo jogador italiano defrontou o Marítimo uma vez. Foi em 1994, em jogo da segunda mão da primeira eliminatória da Taça UEFA. Vialli não foi a jogo nos Barreiros, mas foi titular em Turim, duas semanas depois. Essa Juve estava recheada de craques. Tanto que foi finalista da Taça UEFA em 1995 e venceu a Liga dos Campeões em 1996. Sempre com Gianluca Vialli. E como capitão na final da 'Champions', frente ao Ajax.

A 2 de Novembro de 1994, em Turim, o Marítimo entrou em campo com a 'missão impossível' de dar a volta ao resultado do primeiro jogo. Tinha perdido, por 1-0, nos Barreiros. Mas a grande exibição verde-rubra no Funchal permitia sonhar. O Marítimo acabou por perder 2-1 em Itália. Mas os jogos com a 'Vecchia Signora' ainda hoje são lembrados pelos adeptos madeirenses.

Carlos Jorge era o capitão do Marítimo. "Lamento imenso, é outro grande nome do futebol que parte, o Vialli era um jogador acima da média", sublinha, em conversa com o DIÁRIO.

"A Juventus tinha uma grande equipa, mas nós também", recorda o antigo central madeirense. E como foi fazer a marcação a Vialli nesse jogo? "É daqueles jogadores perante o qual não podíamos ter a mínima distracção, resolvia a qualquer momento, difícil de marcar, claro", responde Carlos Jorge. "O Vialli foi um dos jogadores que ajudou na evolução do futebol e também contribuiu para o crescimento do campeonato italiano nos anos 80 e 90", reforça.

Zeca, então com 19 anos, lembra o que viveu nessa noite em Turim. "A Juventus tinha uma grande equipa e o Vialli era um dos melhores avançados do mundo na altura", recorda o antigo jogador madeirense, em conversa com o DIÁRIO.

"Lamento imenso, foi realmente um jogador de topo", acrescenta. Zeca lembra as características de Vialli. "Era um ponta-de-lança de pura classe, jogador de selecção, um dos melhores dessa altura", diz. "E eu, com 19 anos, a defrontar um jogador dessa qualidade numa equipa incrível, que ganhou troféus internacionais", reforça, antes de recordar que "o campeonato italiano era o melhor nos anos 90".

"Eu posso dizer que defrontei o Vialli e isso é um orgulho", conclui Zeca.

Carreira recheada de títulos

O antigo jogador italiano esteve em dois Mundiais (1986 e 1990) e um Europeu (1988). Representou a Cremonese, foi herói na Sampdoria e chegou ao topo do mundo do futebol com a camisola da Juventus. Terminou a carreira de jogador nos ingleses do Chelsea, em 1999.

Foi campeão italiano duas vezes. Em termos internacionais, a nível de clubes, o palmarés é enorme. Ganhou a Liga dos Campeões, Taça UEFA, Taça das Taças e Supertaça europeia.

Também teve experiência como treinador, sobretudo no Chelsea, no início dos anos 2000. Nos últimos anos foi coordenador-técnico da selecção italiana, ao lado do seu amigo de sempre, Roberto Mancini.

Gianluca Vialli lutava, desde 2018, contra um cancro no pâncreas. Em 2020 o antigo jogador italiano anunciou que o cancro estava em remissão, mas a doença voltou recentemente. Levou Vialli, mas não os seus golos e o sorriso dos festejos. Esse será eterno. Como eterna será a magia que deixou em campo.

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