Demissão de Carla Alves vai provocar a quinta remodelação em nove meses
A demissão de Carla Alves de secretária de Estado da Agricultura representa a 12.ª saída do XXIII Governo, desde que este tomou posse em 30 de março de 2022, e vai originar a quinta remodelação do elenco do executivo.
Carla Alves esteve no Governo pouco mais de 24 horas, depois de ter tomado posse na quarta-feira no Palácio de Belém, em substituição de Rui Martinho, que abandonou o executivo por razões de saúde.
Saída do cargo de diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves considerou "não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo", minutos depois de o Presidente da República ter considerado que a recém-empossada secretária de Estado tinha "uma limitação política", pelo caso judicial que envolve o marido, e deveria ajuizar as condições para se manter em funções.
Em causa uma notícia do Correio da Manhã de que a agora demissionária secretária de Estado tem contas bancárias arrestadas, no âmbito de uma investigação que envolve o seu marido e antigo presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira.
A demissão de Carla Alves surgiu um dia após a posse de dois ministros e seis secretários de Estado, numa remodelação originada pelo caso da indemnização de 500 mil euros paga à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis, para sair da administração da TAP.
A remodelação desencadeada pelo caso TAP originou a saída do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que tutelava a TAP, e dos secretários de Estado das Infraestruturas e do Tesouro. Em paralelo, saiu o secretário de Estado da Agricultura, o que perfaz quatro substituições.
Em 29 de Novembro, na sequência da demissão de Miguel Alves do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, deixaram também o Governo dois membros do Ministério da Economia: os secretário de Estado da Economia e do Turismo, João Neves e Rita Marques, num total de três baixas no executivo.
Com a demissão de Marta Temido do cargo de ministra da Saúde em 30 de agosto, cairam também os seus dois secretários de Estado, António Lacerda Sales e Fátima Fonseca, num total de três saídas.
A primeira baixa no executivo de António Costa ocorreu em 02 de maio com a saída de Sara Guerreiro por motivos de saúde, substituída por Isabel Rodrigues.
Houve outros membros a deixarem os cargos, embora transitando de pasta, como ocorreu com a atual ministra da Habitação, Marina Gonçalves, que era secretária de Estado de Pedro Nuno Santos, ou António Mendonça Mendes, que deixou os Assuntos Fiscais para ocupar o cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.