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Mais de 80% dos glaciares do mundo pode desaparecer até ao final do século

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Foto EPA

Mais de 80% dos glaciares do mundo pode desaparecer até ao fim do século, devido ao aquecimento global, indica um estudo hoje divulgado, segundo o qual mesmo limitando o aquecimento metade dos glaciares irão desaparecer.

O estudo da Faculdade de Engenharia da Universidade de "Carnegie Mellon", Estados Unidos, mostrou que num cenário futuro com investimento contínuo em combustíveis fósseis mais de 40% da massa glaciar desaparece dentro de um século, com a grande maioria dos glaciares a acabar também.

A equipa de investigação, liderada pelo professor de Engenharia Civil e Ambiental David Rounce, calculou que mesmo num cenário de baixas emissões de gases com efeito de estufa, limitando o aumento da temperatura média mundial a 1,5 graus celsius (ºC) em relação aos níveis pré-industriais, mais de 25% da massa glaciar desaparecerá e quase metade dos glaciares desaparece também.

Segundo os modelos estabelecidos, o mundo pode perder até 41% da massa total de glaciares ou apenas 26%, consoante os esforços que os países façam de limitar as emissões de gases com efeito de estufa.

Os investigadores notam que a maioria dos glaciares que desaparecem são pequenos mas acrescentam que a sua perda pode ter um impacto negativo na hidrologia local, no turismo e nos valores culturais e dizem esperar que o estudo estimule os decisores políticos a tomar decisões no sentido de impedir um maior aumento da temperatura média do planeta.

As projeções indicam que regiões glaciares mais pequenas, como a Europa Central, o Canadá Ocidental e os Estados Unidos serão afetadas de forma diferente com temperaturas superiores a 2ºC, e mostram que com um aumento de 3ºC os glaciares nestas regiões desaparecem completamente.

David Rounce explica que os glaciares levam muito tempo a responder às alterações climáticas e avisa que uma redução imediata das emissões de gases com efeito de estufa, mesmo que fosse uma paragem total de emissões, não vai remover os gases já emitidos e só vai refletir-se na perda de massa dos glaciares num período que vai de 30 a 100 anos.