A Guerra Mundo

Bento XVI condenou em carta maldades cometidas na guerra

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Foto EPA

O papa emérito Bento XVI condenou as maldades cometidas na guerra da Ucrânia numa carta inédita de 07 de março que foi hoje tornada pública, no dia em que foi sepultado na Cripta da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

"Que Ele, acima de tudo, vença a cegueira que levou a tais maldades", diz Bento XVI numa carta enviada ao chefe da Igreja Católica Ucraniana, Sviatoslav Shevchuk.

"Nesta hora de grandes dificuldades para o seu povo, estou junto de si e gostaria de garantir que você e a sua Igreja estão sempre presentes nas minhas orações", referiu no documento assinado 15 dias após o início do conflito na Ucrânia, invadida por tropas russas em 24 de fevereiro de 2022.

Segundo fontes da Igreja ucraniana, Shevchuk visitou Bento XVI em 09 de novembro de 2022 no mosteiro Mater Ecclesiae, localizado nos Jardins do Vaticano, onde o papa emérito vivia desde 2013.

Bento XVI morreu no dia 31 de dezembro, aos 95 anos, e foi sepultado hoje na Cripta da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após uma cerimónia fúnebre presidida pelo Papa Francisco.

Cerca de 50 mil pessoas assistiram hoje na Praça de São Pedro ao funeral do papa emérito.

O Presidente italiano, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, estavam entre as autoridades que compareceram ao funeral. O chefe de Estado alemão, Frank-Walter Steinmeier, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Rei Filipe e a Rainha Mathilde da Bélgica, e a Rainha emérita de Espanha Sofia estavam entre os dignitários que marcaram presença na cerimónia.

O Estado português foi representado nas cerimónias pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro.

Joseph Ratzinger, que foi papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

O Papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.

Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.