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França exige testes a passageiros da China "sem pestanejar"

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A nova onda de covid-19 na China é "a fonte de legítima preocupação para a Europa", disse hoje o Governo francês, garantindo, em resposta aos protestos de Pequim, que os testes obrigatórios a viajantes serão aplicados "sem pestanejar".

"Nenhum país quer assistir a um surto epidémico no seu território, não depois de todos os esforços e sacrifícios feitos ao longo de quase três anos", afirmou o porta-voz do Governo francês, Olivier Véran, no final do Conselho de Ministros.

A apresentação de um teste negativo para a covid-19 com menos de 48 horas aos viajantes provenientes da China é "uma medida de bom senso para proteger os nossos concidadãos e que tomamos sem pestanejar", declarou o porta-voz.

A partir de quinta-feira, será obrigatório a qualquer passageiro que voe da China para França apresentar um teste negativo feito menos de 48 horas antes do embarque.

"Foi realizada uma operação num aeroporto" na terça-feira com "testes a passageiros assintomáticos que chegaram da China", indicou Veran.

"Um em cada três testes deu positivo, revelando assim a necessidade das medidas de controlo que colocamos em prática", sublinhou o também ex-ministro da Saúde.

Na terça-feira, a China considerou "inaceitável" a imposição de testes de covid-19 por uma dúzia de países a viajantes provenientes da China.

Também na terça-feira, uma comissão de especialistas em saúde dos 27 membros da União Europeia (UE), o Comité de Segurança da Saúde, defendeu a imposição de testes aos viajantes provenientes da China "por esmagadora maioria".

A Suécia, na qualidade de Presidente do Conselho da União Europeia, convocou uma reunião do Mecanismo de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) do Conselho para hoje, com o objetivo de discutir a questão das restrições de entrada tendo em vista um acordo comum entre os países do bloco europeu nesta questão.

A China mantém as suas fronteiras encerradas para estrangeiros desde 2020. O país não emite vistos para turistas há quase três anos e impõe quarentena obrigatória à chegada no seu território.

Estas medidas de isolamento serão levantadas a 08 de janeiro, mas continuará a ser necessário um teste de rastreio de menos de 48 horas antes da chegada ao território chinês. A medida coincide com a esperada e gradual retoma das viagens ao estrangeiro pelos chineses após três anos em que estavam proibidas.

Como precaução, uma dúzia de países, como Itália e Estados Unidos, decidiu impor testes PCR a viajantes provenientes da China, que está a ser atingida por uma onda de casos da covid-19.

Marrocos, por exemplo, proibiu simplesmente a entrada no seu território a todos os viajantes provenientes da China, "independentemente da sua nacionalidade".