Não sabe como? Ponha os olhos na Madeira!
No passado dia 15, no programa Crossfire da CNN Portugal, a ex-Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, considerou “gravíssimo ser importante” para um 1 milhão de portugueses o apoio de 240 euros a ser atribuído pelo Governo de António Costa. E acrescentou: “não há uma palavra sobre o que é que o preocupa e o que é que ele pensa fazer para que não haja mais de um milhão de pessoas para quem 240 euros seja uma lembrança de Natal importante”. Julgo que a resposta à segunda questão será, para qualquer cidadão comum, como eu, relativamente simples. Em vez de fazer umas gracinhas, sem exemplo, porque não se repercutem no tempo, porque não baixa impostos, a começar pelo IRS? Se o fizesse, devolveria rendimentos não a um milhão, mas aos 10 milhões de portugueses. Se o fizesse, representaria uma decisão política com impacto duradouro e permanente no orçamento das famílias. Se o fizesse, os 10 milhões de portugueses compreenderiam o esforço efetivo e politicamente sério de melhorar rendimentos e, consequentemente, de reposição do poder de compra perdido para a inflação. Não sei, de facto, para quem ou com que ideias governa António Costa. Mas sei que as gracinhas, sem exemplo, (com as quais os portugueses não podem contar, porque não se repetem no tempo, porque não se consolidam) ora 150 euros, ora de 240 euros, não são políticas para um país europeu em pleno século XXI. São gracinhas que tresandam a esmola. E as famílias portuguesas não podem perceber o futuro com esperança com esmolas. Baixe impostos e devolva rendimentos às famílias. E, já agora, de seguida, faça o mesmo para as empresas. Não sabe como? Ponha os olhos na Madeira!
Alexandra Teixeira