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Governo acompanha de forma "atenta" inflação dos produtos alimentares

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FOTO CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

O ministro das Finanças admitiu que a taxa de inflação dos produtos alimentares não transformados é uma "fonte de atenção", mas descarta para já novas medidas de apoio, apesar de garantir acompanhar de forma "rigorosa" a evolução da economia.

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) abrandou para 8,3% em janeiro, face aos 9,6% de dezembro, segundo a estimativa rápida avançada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados revelam que se registou abrandamento em todos os agregados, como a inflação dos produtos energéticos, à exceção do índice referente aos produtos alimentares não transformados, que terá acelerado para uma variação de 18,5%, face a 17,6% em dezembro.

"É um processo de descida que esperamos que se possa iniciar, ocorrerá de uma forma mais tardia do que as outras componentes. É naturalmente uma fonte de atenção, na medida em que as famílias estão em primeira linha confrontadas com os produtos alimentares, que todas têm necessidade de consumir", afirmou o governante.

Fernando Medina recordou que esta é "talvez a última componente que nos falta para iniciar a trajetória de descida" para que "a descida do indicador global seja ainda mais significativa".

Questionado sobre se poderão ser tomadas medidas neste âmbito, o ministro considerou ser "cedo para antecipar iniciativas fora do quadro do Orçamento", recordando que existe "um conjunto de medidas que vai agora entrar em vigor".

"Obviamente que vamos acompanhando de forma muito fina, muito atenta, muito rigorosa qual é o andamento da economia portuguesa, porque é precisamente esse olhar muito atento e capacidade muito rápida de podermos tomar as medidas necessárias que apoia as famílias quando é mais necessário, mas depois também apoia o conjunto da economia", disse.

Destacou ainda que a taxa de inflação caiu em janeiro pelo terceiro mês consecutivo, mas admitiu que os atuais valores ainda são elevados, o que "se traduz num desafio para a economia portuguesa, para as famílias portuguesas, para as empresas portuguesas".

"Este sinal do terceiro mês de queda da inflação é um sinal particularmente importante, porque inverte uma tendência de crescimento sistemático do crescimento da inflação, que foi a aquilo que assistimos desde meados de 2021 e durante o ano de 2022 e dá-nos alguma confiança que esta trajetória de redução de inflação se prolongue e seja efetiva ao longo do ano de 2023", realçou.

Ainda assim, recordou que "a inflação diminuir não significa que os preços caiam, significa que aumentarão menos do que estavam a aumentar".