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NATO quer cooperar mais com Coreia do Sul no sector da segurança

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A NATO defendeu hoje mais cooperação com a Coreia do Sul diante dos desafios impostos pela Coreia do Norte e pela China e pediu a Seul que envie armas para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa.

O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, reuniu-se hoje em Seul com o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e com o ministro da Defesa do país, Lee Jong-sup, durante o segundo e último dia da sua viagem à Coreia do Sul.

A visita do responsável da NATO centrou-se no reforço da cooperação com a Coreia do Sul, país que participou como observador na cimeira da Aliança Atlântica em Madrid no ano passado, e acontece no contexto da guerra na Ucrânia, das tensões entre a China e os Estados Unidos, e do desenvolvimento armamentista da Coreia do Norte.

Neste contexto, Stoltenberg sublinhou a importância da "dissuasão alargada" dos Estados Unidos no Sul para garantir a segurança do país asiático e "impedir a proliferação de armas nucleares na região".

Alguns aliados e parceiros da NATO, como a Coreia do Sul, "não possuem as suas próprias armas nucleares, mas estão cobertos pela dissuasão nuclear oferecida pelos Estados Unidos", disse hoje o secretário-geral durante a sua intervenção num fórum.

Stoltenberg observou que a dissuasão nuclear "ainda é uma tarefa extremamente importante a ser realizada enquanto existirem armas atómicas".

Para o responsável da NATO, a dissuasão será necessária enquanto houver "poderes autoritários" que possuam armas nucleares, como a Rússia, e investem pesadamente para os mobilizar, como a China, além de "aumentar o número e alcance" dos seus ativos, como também está a fazer a Coreia do Norte.

O Pentágono assumiu o compromisso de aplicar a dissuasão estendida a Seul com base nas ações do regime norte-coreano e enviará ativos estratégicos dos Estados Unidos, assim como realizará exercícios conjuntos em resposta aos testes de armas da Coreia do Norte.

Nesse sentido, o Presidente sul-coreano pediu a Stoltenberg que a NATO "continue a desempenhar um papel ativo" para dissuadir a Coreia do Norte de "provocações imprudentes", como a sucessão de lançamentos de mísseis balísticos ou o novo teste atómico que Pyongyang está a preparar, segundo o serviços de informação de Washington e Seul.

Stoltenberg concordou e também indicou a sua disposição de ampliar a cooperação entre a NATO e Seul no campo da cibersegurança e novas tecnologias, além de convidar Yoon para a próxima cimeira dos da Aliança Atlântica, que acontecerá na Lituânia em julho, segundo o gabinete presidencial sul-coreano.

Paralelamente à visita do responsável da NATO a Seul, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, chegou hoje à Coreia do Sul e deve reunir-se com seu homólogo sul-coreano na terça-feira.

Stoltenberg também pediu durante a sua visita à Coreia do Sul o envio de armas à Ucrânia, além da assistência humanitária e equipamentos militares não letais que Seul já enviou a Kiev.

A Coreia do Sul, assim como o Japão, enviou ajuda humanitária à Ucrânia e equipamentos militares não letais, devido às limitações das suas leis nacionais sobre exportação de armas, de acordo com os dois Governos.

O secretário-geral da NATO também expressou a sua preocupação, no domingo, com o "apoio militar" que a Coreia do Norte está a enviar à Rússia, nomeadamente "foguetes e mísseis".

As declarações do chefe da Aliança Atlântica ocorreram depois de, no domingo, o regime norte-coreano negar novamente que o seu país esteja a fornecer armas à Rússia e ter alertado os Estados Unidos sobre um "resultado indesejável" se continuar a espalhar tais rumores.

A Coreia do Norte também criticou hoje a visita de Stoltenberg ao país vizinho e chamou-a de "prelúdio ao confronto e à guerra".

Stoltenberg planeia partir hoje para o Japão para se encontrar com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e outros membros do seu Executivo, tendo os mesmos assuntos de agenda que abordou em Seul.