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Presidente do PSD diz que é difícil recuperar carreira de docentes, mas defende negociação equilibrada

Foto JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
Foto JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considera ser difícil recuperar toda a carreira dos professores por causa do impacto financeiro, mas defende uma solução equilibrada de negociação entre docentes e Governo.

Em entrevista ao jornal Eco, Luís Montenegro diz que há "um elefante na sala" quando se fala de professores, defende a avaliação de professores, mas não é favorável à imposição de quotas.

"Era desejável recuperar o máximo tempo possível, dentro de um critério de equilíbrio da administração pública e, naturalmente, também das consequências financeiras. Há aqui um elefante na sala, não vamos ignorá-lo. Todos sabemos que a recuperação integral [da carreira] de mais de 100.000 pessoas tem um impacto financeiro muito grande, defende.

Na entrevista, o presidente do PSD defende a avaliação dos professores e de alunos.

"Sou defensor quer da avaliação dos alunos, quer da avaliação dos professores. Acho que foi um erro tremendo acabar com a avaliação, vamos chamar lhe vinculativa, dos alunos nos fins dos ciclos de aprendizagem e a passagem para as provas de aferição. Isso retirou exigência e, por via disso, também qualidade", indicou.

Quanto à avaliação de professores, Luís Montenegro especifica que a solução só pode ser mesmo alcançável no processo negocial entre o Governo e os docentes.

"Há um problema com as carreiras, há um problema com a atratividade da carreira de professor. Com certeza que há outros, como o excesso de burocracia, a autoridade do professor. Para chamar hoje pessoas com habilitação para a carreira do ensino, é preciso dar-lhes condições, condições remuneratórias, condições de colocação, condições para conciliar o exercício da profissão com a vida familiar. E, efetivamente, os professores, como muitos funcionários públicos, foram privados da progressão normal das suas carreiras, por vicissitudes várias ao longo dos anos", sublinhou.

No entendimento do líder do PSD deve ser encontrada uma fórmula que seja justa para os professores e também para os outros setores da administração pública.

Na entrevista, o líder do PSD insiste que não é favorável à imposição de quotas, considerando que podem "deixar de fora critérios de progressão da carreira profissionais que, ainda assim, são muito bons".

"Eu tenho as minhas dúvidas... não é pela antiguidade. A avaliação, quando é feita pelas quotas, pode deixar de fora critérios de progressão da carreira profissionais que, ainda assim, são muito bons. Se tivermos quota, estamos a fechar. Estamos a dizer que só podem progredir um determinado número"afirmou.

De acordo com o líder do PSD, a progressão deve ter em linha de conta a avaliação, que tem de ser hierarquizada e, depois, tem que ser um modelo.

Luís Montenegro adianta estar disponível, num "processo negocial, para que se encontre uma formulação que (...) seja justa, onde o mérito seja premiado, onde aqueles que trabalham mais e têm melhor performance têm um aumento salarial maior".

"Mas não quer dizer que os outros fiquem estagnados", referiu.

Na entrevista, Luís Montenegro afirma estar de acordo com a necessidade que há de ter um modelo de colocação de professores que está a provocar injustiças enormes.

"Quando os professores pedem um processo de colocação mais justo, é possível fazer muito mais daquilo que tem sido feito", referiu.