Fraca gente
Que se desenganem os detractores: o liberalismo não rejeita o papel do Estado. Quer é que este seja menor e mais bem gerido
1. Disco: anda por aí o último trabalho dos Tinariwen. Dá pelo nome de “Kel Tinariwen”. Desenganem-se os que pensam que este é o último trabalho dos malianos, não é. Com um som muito mais “pop”, mostra a sua fase inicial, uma vez que este é o seu primeiro disco, gravado em Abidjan em 1991. Foi agora finalmente desenterrado dos arquivos e restaurado com maestria.
2. Livro: não sendo uma leitura definitiva, “2030”, de Mauro F. Guillén, é um livro para aqueles que querem um vislumbre do que o futuro pode trazer. Apoiado em estatísticas sólidas e actuais, Guillém, tenta prever o que acontecerá com a demografia, a agricultura, a tecnologia, a saúde, a moeda, a cultura de trabalho, etc. Um livro muito interessante e que se lê com a facilidade proporcionada por um excelente escritor.
3. Só um ignorante pode pensar que um liberal defende monopólios.
Só um totó pode achar que um liberal é contrário à existência de segurança social e apoio ao desempregado.
Só um pascácio não capta que um liberal pretende desburocratizar o Estado de modo a torná-lo mais ágil.
Só um basbaque não deduz que o liberalismo propõe as melhores soluções contra a corrupção, o nepotismo, o amiguismo e a partidarização das instituições.
Só um tanso não distingue que o liberalismo visa criar factores de atractividade para o investimento, pois só assim se cria riqueza.
Só um estúpido não pesca que um liberal o que quer é uma região de onde os jovens não sintam a necessidade de emigrar, porque não temos nada para lhe oferecer.
Só um tantã não capta que o liberalismo quer uma administração pública eficaz e devidamente reconhecida.
Só um néscio pode ter um ataque de achismo sobre a possível concordância de um liberal com a influência dos grupos económicos nas decisões políticas.
Só um palerma rumina que um liberal planeja acabar com a saúde pública, quando o que pretende é que esta seja complementada com o recurso ao privado para acabar com as listas de espera.
Só um inculto não avalia as vantagens da colaboração entre público e privado.
Só um obtuso não nota que um liberal defende acerrimamente a educação, o elevador que permite a alavancagem social.
Só um estulto não enxerga que o liberalismo quer políticas estáveis e confiáveis, que persistam no tempo, independentemente dos partidos políticos que se vão alternando no poder.
Só um bimbo não realiza, que um liberal defende mudanças profundas na Autonomia, que contemple a mudança do sistema eleitoral (criando um círculo de compensação), a criação de um sistema fiscal próprio de fiscalidade reduzida, a revisão do Estatuto Político Administrativo, rever no imediato a Lei das Finanças Regionais, etc., propostas que já aqui referi por inúmeras vezes.
Só um simplório é incapaz de saber que um liberal se opõe à proliferação de taxas e taxinhas em tudo o que é serviço público.
Só um marronco não pesca que defendemos uma Madeira de cidadãos livres e iguais, em contraste com o sistema de privilégios e diferenças em que se transformou a autonomia com a cumplicidade do bipartidarismo, que mais não é do que as duas faces da mesma moeda.
Só um tosco, ao fim deste tempo todo, não apura que um liberal o que quer é a qualificação dos madeirenses de modo a aumentar a produtividade , o reforço da inovação, a capitalização do tecido empresarial, a valorização e qualificação do território, a modernização dos serviços públicos e o combate às desigualdades com a criação de mais equidade, uma consolidação alicerçada num processo de reforma da Autonomia que garanta a qualidade das políticas públicas.
Só um inepto não consegue avaliar os mecanismos do mercado como propiciadores de concorrência, levando a preços mais baixos e produtos de maior qualidade para o consumidor.
Só um lerdo terá dificuldade em deduzir que um liberal ama acima de tudo a liberdade e não concebe nenhuma restrição à mobilidade.
Só um imbecil crê que um liberal e um socialista laranja são a mesma coisa.
Só um lorpa não atinge que um liberal quer menos impostos para todos, pessoas e empresas, para que assim fique mais dinheiro na economia e não no Estado.
Só um bobo não alcança que as pessoas devem ser livres de escolher a escola onde o seu filho vai estudar, seja pública ou privada, usando para isso o cheque escola.
Só um pacóvio ignorante se refugia por detrás de chavões a tentar disfarçar aquilo que é: um tonto.
Só um ignorante, um totó, um pascácio, um basbaque, um tanso, um estúpido, um tantã, um néscio, um palerma, um inculto, um obtuso, um estulto, um inepto, um lerdo, um imbecil, um lorpa, um bobo, um pacóvio e um tonto é que não percebe que a cultura política é importante.
Se não concordam connosco, preocupem-se, estamos aqui para ficar.
4. Pela Europa fora, os liberais fazem parte de muitas das soluções governamentais. Sozinhos ou em coligação. E todos esses países ou estão à nossa frente, ou preparam-se para nos ultrapassar. Só não vê quem não quer. Pela segunda semana seguida alerto para a desnecessidade de andar com o cu metido no rabo.
Sabiam que na Holanda, nas últimas eleições, quem as ganhou foi um partido liberal? E que quem ficou em segundo foi outro partido liberal? Devem ser cá uns pataratas, estes holandeses.
5. Vivemos num país, e numa região, que só há pouco começou a descobrir o liberalismo, o que é ser liberal.
O liberalismo regressou para ficar. E para questionar, propor e participar nas reformas tão necessárias para um país que se quer moderno e livre. Um país de gente consciente e com um elevado nível de educação que permita alavancar a economia e criar riqueza para todos. Se queremos florescer de modo a realizar o futuro que merecemos, temos de reforçar o diálogo, de modo a suplantar as divergências e a atingir consensos. Temos de fazer parte das soluções e deixarmos de ser parte dos problemas, porque se assim não for estamos fadados ao fracasso.
E é pela juventude que construiremos o futuro.
6. Concluo: Que se desenganem os detractores: o liberalismo não rejeita o papel do Estado. Quer é que este seja menor e mais bem gerido.
Logo podem continuar a dizer disparates partindo desse princípio sem sentido, o que só prova que inventaram uma realidade alternativa onde vivem, para assim justificar a sua não adesão ao liberalismo.
7. “O socialismo tem em vista reduzir a riqueza; o liberalismo visa acabar com a pobreza. O socialismo destruiria os interesses privados, o liberalismo defende-os e preserva-os, reconciliando-os com o direito público. O socialismo mata o empreendimento, o liberalismo salva-o das amarras do privilégio e da preferência. O socialismo ataca a preeminência do indivíduo, o liberalismo tem em vista construir um padrão onde todos participem e se sintam confortáveis. O socialismo exalta a regra, o liberalismo exalta o homem. O socialismo ataca o capitalismo, o liberalismo ataca o monopólio” — tradução livre de Winston S. Churchill
8. A imagem de hoje é uma colagem digital, inspirada num quadro de Gideon Rubin, “Untitled” (2021).