Palavra de honra
Saiba o que Cristiano Ronaldo, Júlio Nóbrega e Nuno Brás têm comum
Boa noite!
Há palavras que não nos deixam indiferentes.
1. As de Cristiano Ronaldo, o nosso melhor do mundo, tanta vez criticado por ter verbo arrogante, mas que hoje, na Arábia Saudita, onde as mulheres são alvo de discriminação intolerável, não se coibiu de pelo menos três vezes mencionar a dimensão feminina da existência humana naquele país, na vertente desportiva e social, num gesto que pode ajudar a mudar mentalidades.
O camisola 7 do Al-Nassr até pode não marcar tão cedo nos relvados mas ao disponibilizar-se para ajudar as raparigas e mulheres árabes goleou os cobardolas violadores dos direitos humanos.
2. As de Júlio Nóbrega, o director clínico do SESARAM que ontem assumiu, que a Madeira quer ter “o melhor Sistema de Saúde do Mundo”, almejando ser uma referência internacional em algumas áreas. “O nosso objectivo, a nossa visão, é quando um doente dos Estados Unidos, na Clínica Mayo, ou na Suécia, no Karolinska, tem uma doença… há um médico que lhe transmite ‘você tem esta doença’, e então ele pergunta ‘mas eu gostava de ter uma segunda opinião. Sr. Dr. diga-me onde é que eu posso ter uma segunda opinião, quero o melhor sítio do Mundo para ter uma segunda opinião’. E na clínica Mayo ou no Karolinska dizem ‘vá ao SESARAM’”, referiu Júlio Nóbrega, assegurando que em algumas áreas isso já acontece.
O que acabou de ler foi mesmo dito. Roça o que lhe apetecer classificar. E coexiste com um facto assumido, ainda esta noite, pela presidente do SESARAM, confirmando que durante o final de tarde e início de noite se registou no Serviço de Urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça um grande fluxo de doentes que gerou alguns constrangimentos no atendimento, com vários utentes a registarem um tempo de espera superior ao habitual.
Ir ao SESARAM pode nem ser opção. Ma se lá for, porque realmente precisa, esperemos que escolha bem o dia, que seja bem atendido e que caia em boas mãos. Gente boa, competente e disponível não falta. O problema são os outros.
3. As de Nuno Brás, o bispo do Funchal que no Te Deum de 31 de Dezembro, perante as autoridades regionais, falou da nossa realidade madeirense, detectando que “sociedade está ainda longe de corresponder ao paraíso natural em que vivemos: tantos salários baixos, insuficientes para o digno sustento de uma família; o elevado custo de vida; a dificuldade de acesso a digno cuidados de saúde por parte de alguns; o excessivo preço da habitação; o consumo difuso de drogas que matam tantos jovens no seu corpo e na sua dignidade, constituem apenas alguns domínios (porventura aqueles mais à vista) em que necessitamos de progredir, apesar de todo o caminho realizado nos últimos decénios”.
José Manuel Rodrigues, Miguel Albuquerque, Pedro Calado, entre outros, ouviram o que já sabiam. De pouco lhes vale por isso limitarem-se ao tradicional acto de contrição. O paraíso carece de intervenção. Já.