PSD diz "não ser o tempo nem o local" para discutir eventual acordo
O vice-presidente social-democrata Miguel Pinto Luz disse hoje, em Santarém, não ser "o local nem o tempo" para discutir um eventual acordo com o Chega, ao qual chamou partido "do berro, do protesto" contra um PSD "preparado" para ser Governo.
Confrontado pelos jornalistas com o facto de o PSD ter sido um dos principais visados nos vários discursos proferidos pelo presidente do Chega, André Ventura, nos três dias da Convenção Nacional do partido, Pinto Luz afirmou que essa foi "uma opção" de um "partido do berro, do protesto", que se alimenta da "zanga coletiva".
"O PSD não faz essa opção. Tem uma opção clara para os portugueses, sente-se preparado e essa discussão [será feita] a seu tempo. Este não é o local, não é o tempo para fazer essa discussão", declarou.
Instado a clarificar a sua posição quanto a um eventual entendimento com o Chega, o dirigente social-democrata assegurou não haver "falta de clareza" na sua declaração.
"Fui bastante claro, só há uma forma de derrotar o Partido Socialista, é votar no PSD, único partido capaz de fazer essa transformação da sociedade que é necessária, que é ansiada por todos os portugueses que hoje estão mais pobres", afirmou.
Pinto Luz justificou a sua presença no encerramento da V Convenção do Chega, que terminou hoje com o discurso de encerramento de André Ventura, reeleito sábado presidente do partido, afirmando que o PSD faz o mesmo com todos os partidos com representação parlamentar, o que é "saudável do ponto de vista da convivência democrática".
"O PSD tem muito claro que o Chega joga o jogo da democracia um bocadinho como o Bloco de Esquerda", disse, chamando ao partido "o Bloco de Esquerda da direita, alguém que se alimenta da frustração coletiva para se tornar audível".
"É alguém que procura o desconforto, o berro, a acrimónia, para poder arregimentar cada vez mais apoios", afirmou, acrescentando que o PSD tem "consciência clara que há um conjunto eleitores que se juntam ao Chega e a outros partidos dos extremos" porque "estão zangados" com a governação socialista.
"Estamos em sintonia com a dor dos portugueses. É muito claro para nós que só há um partido que pode ser alternativa ao PS e esse partido é o PSD", disse, acrescentando que "os eleitores serão confrontados na altura certa com uma decisão: ou vão catapultar o seu desconforto, a sua acrimónia, a sua zanga legítima com a governação socialista para um partido de extremo, do berro" ou escolhem "um projeto reformista, credível".