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Primeiro-ministro britânico demite presidente do Partido Conservador

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FOTO EPA/NEIL HALL

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, demitiu hoje o presidente do Partido Conservador, Nadhim Zahawi, devido ao que considerou uma "violação grave" do código ministerial no que respeita a declarações fiscais.

Numa carta a Nadhim Zahawi, Rishi Sunak escreveu ter sido forçado a agir depois de prometer, no início do seu mandato, que o seu governo "teria integridade, profissionalismo e responsabilidade em todos os níveis".

O primeiro-ministro britânico ordenou esta semana, uma investigação urgente à questão das declarações fiscais do presidente do Partido Conservador, depois de no fim de semana Nadhim Zahawi, ministro sem pasta no Executivo, ter admitido que liquidou impostos não pagos, de vários milhões de dólares, relativos ao tempo em que estave no comando do Tesouro do país, mas disse ter pago logo após detetado o erro fiscal, admitindo que foi "involuntário".

Nadhim Zahawi, fundador do 'site' de pesquisas YouGov, reconheceu a disputa com as autoridades fiscais do país, mas argumentou que o seu erro foi "descuidado e não deliberado".

A imprensa britânica noticiou que o acordo fiscal chegou a quase cinco milhões de libras (quase 5,7 milhões de euros), dívida referente à empresa de sondagens YouGov, que fundou em 2000.

Foi quando se tornou ministro das Finanças, no verão passado, cargo que ocupou entre julho e setembro, que, segundo explicou, "surgiram questões" sobre os seus "assuntos fiscais", particularmente sobre as ações da sua empresa que eram detidas pelo pai.

Nadhim Zahawi chefiou o Tesouro do Reino Unido nos últimos meses do mandato de Boris Johnson como primeiro-ministro.

O Partido Trabalhista, o principal partido da oposição britânica, pediu a demissão de Zahawi, cuja posição considerava "insustentável" e instou o primeiro-ministro a dizer o que sabia deste caso. 

"Toda esta história é corrosiva para a confiança pública, com um ministro encarregado das Finanças da nação a pedir ao público que pague os seus impostos enquanto, aparentemente, ele próprio não o fez", criticou na altura a número dois dos Trabalhistas, Angela Rayner.