Madeira

"O ano de 2023 coloca grandes desafios aos trabalhadores da Região"

Quem o diz é o deputado do PCP, Ricardo Lume

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No âmbito da preparação do XI Congresso Regional, o PCP-Madeira realizou hoje uma audição pública sobre a realidade laboral na Região e os desafios para o futuro, com a participação de dirigentes e activistas sindicais.

"No decurso da audição foi notória a preocupação por parte dos sindicalistas com o aumento da precariedade laboral na Região, a desregulação dos horários de trabalho, a desvalorização real dos salários, em consequência da sua valorização não acompanhar o aumento do custo de vida, e o facto de em muitos sectores os acréscimos salariais não acompanharem o aumento do salário mínimo, tanto em percentagem como em valor montantes, fazendo com que  mão-de-obra qualificada esteja já a receber o salário mínimo ou valores muito próximos", revela através de uma nota de imprensa.

O bloqueio da contratação colectiva por parte das associações representativas das entidades patronais, assim como a tentativa da redução de direitos aos trabalhadores foi também uma preocupação premente na audição". PCP-Madeira
 Por outro lado foi valorizada a unidade dos trabalhadores e as formas de luta adoptadas ao longo do ano de 2022 que deram visibilidade   pública às justas reivindicações e, em muitos casos, foi possível avançar nos direitos".  PCP-Madeira

Foram destacadas como "muito positivas" as lutas dos trabalhadores da empresa ARM, da Empresa de Cervejas da Madeira, do Grupo Horários do Funchal, dos trabalhadores do Call Center da PT e das trabalhadoras da Santa Casa da Misericórdia de Machico.

"As lutas destes trabalhadores e as conquistas alcançadas demostram que as injustiças não são uma inevitabilidade e que é possível com a unidade dos trabalhadores avançar nos direitos e valorizar os salários", sustenta. 

No final da audição o deputado do PCP, Ricardo Lume, referiu que "o trabalho desenvolvido pelo movimento sindical na Região tem sido fundamental para travar a ofensiva contra os trabalhadores por parte do Governo Regional PSD/CDS e de algumas entidades patronais  e a tentativa de reduzir direitos e rendimentos dos trabalhadores". 

O deputado comunista referiu que "o PCP tem estado na linha da frente para garantir a valorização do trabalho dos trabalhadores e das suas remunerações, defendendo na Assembleia Regional, mas também na sua intervenção diária as seguintes reivindicações: o fim da caducidade da contratação colectiva  e a aplicação do tratamento mais favorável; valorização  de 10% dos salários em 2023, garantindo um acréscimo  mínimo de 100 euros para todos os trabalhadores; subsídio de Insularidade para todos os trabalhadores da Região, sejam eles do sector público ou do sector privado; aplicação das 35 horas de trabalho semanal  para os trabalhadores do sector público e do sector  privado; combater o uso abusivo dos programas de ocupação de desempregados e estágios profissionais para suprir necessidades permanentes de trabalho; criação do plano regional de combate à precariedade laboral na Região Autónoma da Madeira e  vinculação extraordinária a todos os docentes com mais de cinco anos de serviço".

 O deputado do PCP afirmou que "o ano de 2023 coloca grandes desafios aos trabalhadores da Região".

A defesa, reposição e conquista de direitos só será possível  através da luta organizada dos trabalhadores, com a confiança que a política de exploração e empobrecimento baseada na precariedade e nos  baixos salários não é uma inevitabilidade, fazer das injustiças força para lutar é factor determinante  para assegurar a valorização do trabalho e dos trabalhadores".  Ricardo Lume