“O mundo não é o mesmo” desde o início da guerra na Ucrânia
Para Durão Barroso o mundo será necessariamente “diferente depois desta guerra injusta e cruel”
A concluir estes dois dias de reflexão sobre o legado de Churchill para a democracia ocidental, a última das intervenções de ilustres especialistas e académicos, que se dedicam ao estudo do multifacetado Estadista, e intervenientes políticos, cabe ao ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Conferencista no tema ‘Aliança Euro-Atlântica’, o antigo Primeiro-Ministro de Portugal e ex-presidente da Comissão Europeia, e agora director do Centro de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. (IEP-UCP) começou a sua intervenção falando da sua longa experiência política, a começar pelas relações entre a União Europeia e a NATO.
A guerra da Rússia na Ucrânia deu o mote para a intervenção.
“Estou convencido que o mundo não é o mesmo desde 24 de Fevereiro do ano passado. O mundo mudou”, afirmou. Antevê que “o mundo será diferente depois desta guerra injusta e cruel”. A “brutal invasão” na opinião de Durão Barroso, “mudou a relação com a Rússia, mudou a União Europeia, mudou a NATO, mas também está a mudar a globalização”.
Considera porém que a agressão da Rússia contra a Ucrânia, até agora, só tem reforçado a NATO”.
Enquanto presidente da Comissão Europeia, cargo que desempenhou durante dois mandatos (10 anos), revela ter tido “25 reuniões com Putin”. Na sua opinião, e com “razoável certeza”, considera que Vladimir Putin “não esperaria esta reacção tão forte” da Europa e dos EUA contra a invasão da Ucrânia. “Não estaria nas previsões iniciais de Putin”, considera.