2019-2023
Toda a gente sabe que o PSD perdeu a maioria absoluta nas últimas eleições e que o CDS o salvou de ir para a oposição. Também é sabido que o PS oferecia metade do Governo e a Presidência do Parlamento da Madeira ao CDS e que este partido foi coerente e cumpriu com a palavra dada à população de formar Governo com quem ganhasse as eleições. Para esta coligação foi decisiva a liderança de Rui Barreto, a decisão de José Manuel Rodrigues e o pragmatismo de Miguel Albuquerque. É evidente que alguns militantes social-democratas, que achavam que o seu poder derivava de alguma divindade, não gostaram, esquecendo-se que a opção era perderem o poder que têm desde o início da Autonomia.
A coligação tem governado bem e tem dado conta do recado, nomeadamente na gestão da pandemia e agora nas consequências da guerra na Ucrânia, e os resultados eleitorais demonstram isso mesmo. Tanto nas legislativas nacionais, como nas autárquicas, onde conquistaram a Câmara do Funchal e reforçaram posições, como no caso do Porto Santo, a coligação mostrou que é mais do que a soma das partes. É por isso que a muitos meses das eleições não se percebe esta tentativa de desestabilização vinda do PSD, nomeadamente dos ultras, ameaçando o CDS com discussão de lugares e de cargos.
A última foi do deputado Carlos Rodrigues, o suprassumo da verborreia, que veio dizer que a Presidência do Parlamento não pode ser de novo de José Manuel Rodrigues e do CDS. Argumento: o cargo tem que ser ocupado por um laranja. Segundo o deputado não está em causa o trabalho e a competência do Presidente da Assembleia. O problema é que não está inscrito no PSD. Triste argumento para uma triste figura. Quem o terá mandado fazer tal declaração? Não se sabe. Mas há uma coisa que o senhor deputado Carlos Rodrigues deveria lembrar-se todos os dias: se não fosse o CDS o senhor não seria deputado, uma vez que não foi eleito diretamente e o PSD estaria na bancada da oposição. Ao menos podiam ser agradecidos se não quiserem ser gratos.
Maria Pereira