Pilotos da TAP acusam João Galamba de acabar reunião de forma inacreditável
O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) criticou hoje a reunião da estrutura com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, referindo que o governante saiu da mesma de forma "inaudita e que ficaram "preocupadíssimos" com o dossier.
Em declarações à Lusa, Tiago Faria Lopes disse que o SPAC se reuniu hoje com o governante, mas ficou desagradado com o resultado.
"O motivo desta reunião era apresentarmo-nos e discutir algumas preocupações que temos em relação ao grupo TAP. O ministro João Galamba não nos deu tempo", criticou.
"Um ministro, aliás, que desculpa os erros de gestão com os supostos lucros da TAP Air Portugal em 2022", apontou, salientando que o governante "culpabiliza os maus resultados da TAP" com "a massa salarial dos trabalhadores, nomeadamente dos pilotos".
"Recordamos que esses lucros muito advêm dos cortes salariais" e "do aumento dos preços", salientou, garantindo que "o grupo IAG aumentou a massa salarial para 21,5%, a Lufthansa para 24% e o grupo KLM Air France para 31%, sendo que a TAP diminui de 21% para 14,3% escudando-se na União Europeia".
"O que a União Europeia fez foi pedir à TAP para reduzir custos, mas isso não significa salários apenas", referiu.
"E o ministro que abandona uma reunião de apresentação de uma forma inaudita, penso que não está preparado para o 'dossier' que é a TAP Air Portugal. E se nós estávamos muito preocupados, neste momento estamos muitíssimo preocupados".
Tiago Faria Lopes disse que o ministro "desvalorizou" as preocupações do sindicato, garantindo que era "competência da gestão".
"Espero que tenha sido só um momento infeliz", disse, garantindo que o sindicato tem abertura "para negociar e falar".
"Estaremos sempre aqui para falar com o ministro", garantiu, defendendo que "não foi bonita a maneira como terminou a reunião".
"Ficamos estupefactos e incrédulos", rematou o presidente do SPAC.
Quantos às negociações com a TAP, Tiago Faria Lopes mostrou-se um pouco mais otimista, dizendo que acredita ser possível ultrapassar "problemas internos operacionais".
A Lusa contactou o Ministério das Infraestruturas e encontra-se à espera de resposta.