10 civis mortos e 20 outros feridos nos mais recentes ataques russos
A Presidência ucraniana indicou hoje que os mais recentes bombardeamentos russos na Ucrânia provocaram a morte a 10 civis e deixaram outros 20 feridos, um dia depois de o país ter sofrido uma nova vaga de ataques com mísseis.
Pelo menos duas vítimas civis morreram na cidade de Kherson, no sul, que as tropas ucranianas recapturaram em novembro, e outras duas foram registadas na província de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Os bombardeamentos seguiram-se aos anúncios dos Estados Unidos e da Alemanha sobre os planos para o envio de tanques de guerra (Leopard 2 e Abrams) para ajudar a Ucrânia a defender-se e a neutralizar as forças russas. Outros países ocidentais disseram que também irão enviar veículos de combate em breve.
O envio de armamento pesado e dos blindados levou Moscovo a acusar o Ocidente de estar "a entrar num novo nível de confronto" com a Rússia.
O governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, disse que os militares russos usaram munições de fósforo de queima intensa no bombardeamento da localidade de Zvanivka, cerca de 20 quilómetros ao norte de Bakhmut, cidade que se tornou o foco de um impasse extenuante nos últimos meses.
Os bombardeamentos também danificaram vários edifícios de apartamentos e duas escolas na cidade vizinha de Vuhledar, disse Kyrylenko.
O governador da região vizinha de Lugansk, Serhii Haidai, disse, por sua vez, que um bombardeamento ucraniano atingiu duas bases russas nas cidades ocupadas de Kreminna e Rubizhne, matando e ferindo "dezenas" de soldados russos, declarações que estão ainda por confirmar por fonte independente.
Mais a sul, as tropas russas retomaram os bombardeamentos contra a cidade de Nikopol, junto ao rio Dnieper e próximo da central nuclear de Zaporijia, controlada pela Rússia, danificando prédios de habitação, gasodutos, linhas de energia e uma padaria, disseram as autoridades locais.
Também hoje, o Governo russo anunciou que as quatro regiões do leste e sul da Ucrânia anexadas pela Rússia vão mudar oficialmente para a hora de Moscovo.
Trata-se de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que Moscovo integrou no território da Federação Russa no final de setembro de 2022, apesar de não ter o controlo total das quatro regiões e da oposição de Kiev e da comunidade internacional.
O Ministério da Indústria e Comércio russo disse que a mudança de fuso horário ocorrerá em breve, no âmbito da "sincronização passo a passo da legislação russa" nas regiões anexadas.
As quatro regiões "passarão a fazer parte do segundo fuso horário, em que funciona a hora de Moscovo", precisou o ministério na rede social Telegram, citado pela agência oficial russa TASS. O projeto de lei relevante já foi apresentado ao Governo da Federação Russa, segundo o ministério.
Relativamente a Moscovo, Kiev tem um fuso horário de menos uma hora. A Rússia não muda a hora no verão, período em que Kiev e Moscovo têm a mesma hora.
Com mais de 17 milhões de quilómetros quadrados, a Rússia é o maior país do mundo e tem 11 fusos horários, 10 dos quais referentes a uma mesma massa terrestre, de acordo com o 'site' especializado timeanddate.com. A exceção é o território russo de Kaliningrado, situado entre a Polónia e a Lituânia, junto ao Mar Cáspio.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).