Canadá vai enviar quatro tanques Leopard 2 para a Ucrânia
O Canadá vai entregar quatro tanques Leopard 2 à Ucrânia, anunciou hoje a ministra da Defesa, Anita Anand, um dia depois de um anúncio semelhante de vários países ocidentais após semanas de indecisão.
"Esses quatro tanques estão prontos para combate e serão enviados nas próximas semanas", disse Anand, acrescentando que o número de tanques entregues pode "aumentar" no futuro.
Washington e Berlim anunciaram na quarta-feira a transferência de dezenas de tanques pesados (Leopard 2 e Abrams) para Kiev, uma decisão inédita em 11 meses de guerra em solo ucraniano.
Imediatamente após esses anúncios, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu o fornecimento desses veículos blindados o mais rápido possível para combater as forças russas.
O receio de uma escalada militar com Moscovo esteve por detrás da hesitação dos países ocidentais no envio de carros blindados pesados para Kiev, mas a ministra da Defesa canadiana explicou que "a realidade desta guerra mudou" e que os aliados da Ucrânia "precisam de mostrar unidade".
"Estes veículos fortemente blindados e altamente protegidos dão aos soldados uma vantagem tática no campo de batalha com a sua excelente mobilidade, poder de fogo e durabilidade", explicou Anita Anand.
Otava também fornecerá a Kiev treino, peças sobressalentes e munições.
No total, o Canadá (país fundador da NATO) possui atualmente 112 tanques, 82 dos quais são projetados especificamente para combate.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 337.º dia, 7.068 civis mortos e 11.415 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.