Montenegro acusa "máquina de propaganda do PS e do Governo" de tentar atirar PSD "para a lama"
O presidente do PSD acusou hoje "a máquina de propaganda do PS e do Governo" de tentar atirar o partido para a lama e de estar "associada a vários interesses" que preferem manter os socialistas no poder.
"Não me intimidam nem intimidam o PSD, estamos aqui para lutar por Portugal até à ultima gota do nosso esforço", afirmou Luís Montenegro, na intervenção de abertura do Conselho Nacional do PSD.
Num discurso de cerca de 40 minutos, Montenegro defendeu que o PSD tem estado "na linha da frente" das propostas de "orientação política" para o país, como o programa de emergência social, alterações ao Orçamento do Estado ou o diploma de revisão constitucional.
"Tanto já se percebeu isso que a máquina de propaganda do PS e do Governo não para de tentar atirar-nos para a lama, de tentar dispersar a atenção dos portugueses para coisas acessórias", afirmou, numa aparente referência a casos judiciais que também envolvem figuras sociais-democratas.
Para o líder do PSD, esta "máquina de propaganda está viva" e "associada a vários interesse que há na sociedade portuguesa que convivem bem com o PS e têm medo que o Governo mude em Portugal".
"Tenhamos sangue frio, tenhamos paciência, tenhamos inteligência emocional, não nos deixemos levar por ímpetos e impulsos repentinos", apelou, na parte mais aplaudida da sua intervenção.
Num recado também interno, o líder do PSD defendeu que o partido está "a tentar reconquistar a relação" com os seus eleitores e não se irá desviar desse caminho.
"Se alguém quiser perturbar isso, está no seu direito, cá estaremos para responder a tudo e a todos, dentro e fora do partido", avisou.
Montenegro disse que não se deprime nem se entusiasma com estudos de opinião e reiterou o seu "desprendimento total".
"Eu propus um caminho e vocês confiaram em mim, enquanto confiarem em mim eu cumpro esse caminho digam os estudos de opinião o que disserem, no dia da avaliação final cá estarei para assumir responsabilidades", assegurou.
Numa longa intervenção, Montenegro acusou o executivo de "imitar ou copiar" o PSD e a sua iniciativa 'Sentir Portugal' com o 'Governo mais próximo', que hoje e quinta-feira levará muitos membros do executivo a percorrerem vários concelhos de Castelo Branco.
"Quando o Governo nos imita ou copia, o PSD normalmente está a fazer coisas bem feitas", disse, considerando ser positivo que o executivo "saia à rua e vá de terra em terra".
À entrada para o Conselho Nacional, Montenegro foi abordado por dois professores militantes do PSD e, no seu discurso, também se referiu à educação e a esta classe profissional.
"Não nos podemos esquecer que das primeiras medidas do Governo foi reverter algumas das reformas estruturais que tínhamos promovido no reforço da qualidade do ensino público, por um sistema de avaliação exigente", lamentou.
O líder do PSD afirmou que o PS "nunca conseguiu devolver" aos professores o que perderam "em função de um outro Governo socialista", liderado por José Sócrates e que também integrava António Costa, nem de responder "às injustiças gritantes" no sistema de colocação.
"Eles sim, foram responsáveis por retirar aos professores e a outros funcionários públicos uma parte dos seus rendimentos e uma parte da sua capacidade de progredir na carreira", disse.