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Sindicatos franceses unidos contra Macron mas divergem nos protestos

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Os sindicatos franceses quiseram hoje mostrar que estão unidos para a mobilização conjunta do dia 31 contra o projeto de reforma das pensões do presidente Emmanuel Macron, mas destacaram que divergem quanto ao endurecimento dos protestos.

"Estamos unidos em dizer que não queremos ter 64 anos [como idade mínima de aposentação]", enfatizou o secretário-geral da Confederação Democrática do Trabalho da França (CFDT), Laurent Berger, numa ação pública conjunta dos líderes dos oito sindicatos do país perante a Assembleia Nacional.

No entanto, Berger, que se referia ao eixo principal da reforma - o aumento da idade mínima de aposentação de 62 para 64 anos -, repetidamente respondeu negando questões sobre se a unidade seria quebrada quanto ao endurecimento dos protestos por parte do outro grande sindicato, a Confederação Geral do Trabalho (CGT).

O líder sindical defendeu que a CFDT não apoia cortes de energia nem convocações de greves por tempo indeterminado, aludindo indiretamente a algumas convocatórias apoiadas pela CGT.

"Mas dia 31 estaremos juntos" e o importante é que nesse dia "haja o máximo de trabalhadores e trabalhadoras que se mobilizam", salientou Berger.

Na empresa ferroviária SNCF, a CGT e a Sud Rail anunciaram greves para os dias 07 e 08 de fevereiro, coincidindo com outras greves do setor energético.

"O CDFT não é a favor dos bloqueios", disse o seu secretário-geral, que acrescentou que quer manter o apoio da opinião pública com manifestações regulares "exigente mas não agressivas" como na primeira jornada de mobilização, no dia 19, que levou às ruas mais de um milhão de pessoas em todo o país.

Imediatamente antes das palavras de Berger, o líder da CGT, Philippe Martínez, leu uma declaração em nome de todos os sindicatos em que estes "coletivamente" reafirmam a sua "oposição ao projeto de reforma que vai contra os interesses dos trabalhadores".

Segundo uma nova sondagem do instituto de sondagens Elabe, divulgada hoje, 72% dos entrevistados opõem-se à reforma de Macro, mais seis pontos percentuais face há uma semana.