Líder do patronato britânico critica Governo por atraso na "economia verde"
O diretor-geral da Confederação da Indústria Britânica criticou hoje o que considerou ser o atraso do Reino Unido no desenvolvimento da "economia verde" em relação à União Europeia (UE) e Estados Unidos (EUA).
"O Reino Unido está a ficar rapidamente atrás dos americanos e europeus, que gastam mais e são mais espertos do que nós", lamentou Tony Danker, líder da principal organização patronal britânica, num discurso na faculdade de Direito da University College London (UCL), em Londres.
"Estamos atrás dos alemães em bombas de calor, isolamento e reabilitação de edifícios, dos franceses em infraestruturas de carregamento de veículos elétricos e dos EUA em projetos de captura e armazenamento de carbono", enumerou, acrescentando que Londres também está a ficar para trás no financiamento de projetos de hidrogénio.
Reino Unido, UE e Estados Unidos têm como objetivo atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Os EUA estabeleceram um plano para fornecer milhares de milhões de dólares em subsídios aos fabricantes de baterias para veículos elétricos ou painéis solares, em resposta à política agressiva de subsídios da China.
A UE está também a tentar organizar-se para ajudar a sua indústria, tendo França e Alemanha prometido no domingo uma resposta europeia "ambiciosa e rápida" aos subsídios industriais americanos.
"O crescimento verde é uma das grandes oportunidades dos próximos anos", mas o Reino Unido "não pode competir com os subsídios americanos e europeus e, portanto, precisa de ser inteligente e estratégico", defendeu Danker.
Como exemplos, sugere a aprovação facilitada de projetos de "infraestruturas verdes" e a garantia de um preço fixo aos investidores em hidrogénio, captura de carbono ou combustíveis para aeronaves sustentáveis, como Londres já faz para as energias renováveis.
Segundo a CBI, o Reino Unido arrisca perder 4.300 milhões de libras (4.900 milhões de euros) em quota de mercado de tecnologia verde e os empregos altamente qualificados que estão associados até 2030.