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Primeiro-ministro britânico ordena investigação a declaração fiscal do presidente do Partido Conservador

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O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ordenou hoje uma investigação urgente à questão das declarações fiscais do presidente do Partido Conservador, Nadhim Zahawi.

Durante o fim de semana, Zahawi, que é ministro sem pasta no Executivo, admitiu ter pago uma multa à administração tributária, HM Revenue and Customs (HMRC), após ter sido detetado um erro fiscal, que descreveu como "involuntário".

"Integridade e responsabilidade são realmente importantes para mim e, claramente, neste caso há perguntas que precisam de ser respondidas", afirmou Sunak aos repórteres durante uma visita a um hospital em Northamptonshire, norte de Inglaterra.

O conselheiro de ética independente, Laurie Magnus, vai liderar o inquérito, para "investigar minuciosamente o assunto, a fim de estabelecer todos os factos" e determinar a conformidade de Nadhim Zahawi com o código de conduta ministerial, acrescentou.

O primeiro-ministro salientou que Zahawi concordou "em cooperar plenamente com essa investigação".

Num comunicado, Zahawi saudou a decisão do primeiro-ministro e disse que esperava "poder explicar os factos desta questão", mostrando-se "confiante" de que agiu "corretamente".

De acordo com o jornal The Guardian, Zahawi concordou em liquidar uma dívida pendente com uma sobretaxa de 30%, pela qual pagou um total de 4,8 milhões de libras (5,47 milhões de euros), referente à empresa de sondagens YouGov, que fundou em 2000.

Foi quando se tornou ministro das Finanças no Verão passado, cargo que ocupou entre julho e setembro, que, segundo explicou, "surgiram questões" sobre os seus "assuntos fiscais", particularmente sobre as ações da sua empresa que eram detidas pelo seu pai.

O Partido Trabalhista, o principal partido da oposição britânica, pediu a demissão de Zahawi, cuja posição considera "insustentável" e instou o primeiro-ministro a dizer o que sabia deste caso. 

"Toda esta história é corrosiva para a confiança pública, com um ministro encarregado das Finanças da nação a pedir ao público que pague os seus impostos enquanto, aparentemente, ele próprio não o fez", criticou a número dois dos Trabalhistas, Angela Rayner.