Madeira

PCP vai requerer audição parlamentar sobre altas problemáticas

Comunistas chamam ao parlamento o director clínico do SESARAM, Júlio Nóbrega, e a secretária regional Rita Andrade

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O PCP vai requerer, na Assembleia Legislativa Regional, uma audição parlamentar sobre o aumento das altas problemáticas e a urgente necessidade de serem encontradas soluções para o problema, informaram os comunistas em comunicado de imprensa.

O deputado Ricardo Lume avança que vai requerer a presença no parlamento do director clínico do SESARAM, Júlio Nóbrega, e da secretária regional da Inclusão Social e Cidadania, Rita Andrade, para "identificar os constrangimentos no normal funcionamento do Serviço Regional de Saúde causados pelas altas problemáticas e identificar quais as respostas públicas que o Governo Regional está a implementar ou que pretende empreender para dar um resposta social às altas problemáticas".

Ao longo dos últimos dias e desde o início do ano de 2023, tem sido noticiado pelos órgãos de comunicação social, mas também pelas autoridades de saúde regional, o agravar da situação já crónica das altas problemáticas no hospital do Funchal.

Unidade de AVC congestionada

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Marianna Pacifico , 01 Outubro 2022 - 07:00

O PCP recorda as declarações recentes do director clínico do SESARAM, Júlio Nóbrega, que afirmou que "cerca de 20% das camas das enfermarias para doentes agudos dos hospitais estão ocupadas por altas problemáticas", sendo que as altas problemáticas, são situações em que um utente após ter sido internado e tratado com sucesso, já não precisa de cuidados hospitalares. Contudo, apesar de ter alta médica, não sai da unidade de saúde por motivos sociais e não clínicos.

Na origem deste problema estão questões económicas, sociais, habitacionais e, na grande maioria atinge pessoas idosas" Ricardo Lume, deputado do PCP

Estas situações de altas problemáticas ocorrem no Serviço Regional de Saúde mas é um problema de inclusão social sendo responsabilidade da Segurança Social.

Os comunistas recordam que, segundo os Censos de 2021, o número de idosos que vivem sozinhos aumentou, assim como a maioria das habitações não estão preparadas para pessoas com mobilidade reduzida ou mesmo pessoas acamadas, impedindo o regresso a casa de muitas pessoas depois da sua alta hospitalar, observam.

Considera o PCP que a grande maioria das pessoas que se encontram em situação de alta problemática não tem suporte familiar, nem condições económicas para que obter o apoio especializado para o seu acompanhamento especializado.

Estas situações de altas problemáticas ocorrem no Serviço Regional de Saúde mas é um problema de inclusão social sendo responsabilidade da Segurança Social Ricardo Lume

Este problema acaba por colocar pressão nos hospitais Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros, onde existem enfermarias ocupadas com utentes que já tiveram alta clínica mas, por motivos de ordem socio-económica, as famílias não os vão buscar, "condicionando assim a resposta a utentes que precisam de serem internados para tratamento clínico", sustenta o PCP.

Segundo o Serviço Regional de Saúde, existem actualmente cerca de 195 utentes com alta clínica nas enfermarias dos hospitais do SESARAM.