Grécia impediu entrada de 260.000 migrantes e prendeu 1.500 traficantes em 2022
A Grécia impediu cerca de 260.000 migrantes de entrar ilegalmente no país em 2022 e prendeu 1.500 traficantes, anunciou ontem o ministro grego para a Proteção dos Cidadãos, Takis Theodorikakos.
O ministro comunicou estes números a embaixadores de vários países da União Europeia (UE), e ainda da Suíça e do Reino Unido, numa visita guiada a um muro fronteiriço ainda em construção no nordeste do país, em que Theodorikakos caracterizou a Grécia como a fronteira externa da UE.
"A tarefa (de proteger a fronteira) precisa do apoio da opinião pública europeia, da própria União Europeia e dos seus estados membros individualmente", afirmou o ministro. "A nossa posição firme é que Estados-membros de primeiro acolhimento não podem ser os únicos destinos europeus (dos migrantes)", acrescentou.
"Tem de haver solidariedade entre os Estados-membros e uma partilha justa dos deveres... precisamos de uma coordenação estreita", afirmou Theodorikakos.
As afirmação do ministro grego foram secundadas pelo embaixador cipriota na Grécia, Kyriakos Kenevezos, que sublinhou a "necessidade de compreensão" de países da UE que não têm fronteiras externas.
O embaixador do Reino Unido, Matthew Lodge, indicou que a prioridade de Londres "é proteger a vida humana e a dignidade ameaçada pelas redes criminosas de tráfico" e sublinhou que o seu país está a "cooperar estreitamente" com os países da UE apesar de já não pertencer ao bloco.
O muro de aço com cinco metros de altura que a Grécia está a construir estende-se atualmente por mais de 27 quilómetros e, de acordo com as autoridades gregas, os planos são de acrescentar agora um trecho de 35 quilómetros, mas o objetivo final é de o estender para cobrir a maior parte da fronteira de 192 quilómetros.
A Grécia tem acusado repetidamente a Turquia de cooperar efetivamente com os traficantes de seres humanos, e de fazer da situação dos migrantes uma arma, encorajando-os a atravessar a fronteira para se alojarem na Grécia e no resto da UE.
Em contrapartida, a Turquia acusa a Grécia de ações securitárias violentas contra os migrantes colocando em perigo as suas vidas.
A Turquia acolhe atualmente cerca de 5 milhões de migrantes no seu território e vários líderes europeus estão preocupados que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, possa encorajar um êxodo em massivo para a UE, aonde a maioria dos migrantes e refugiados quer chegar.
A agência europeia de proteção das fronteiras, Frontex, vai deslocar mais 400 guardas fronteiriços para a Grécia - 250 já em fevereiro - que se juntarão ao contingente de 1.800 efetivos já presentes no país, anunciou Theodorikakos.