Albuquerque garante que risco de pobreza na Madeira é igual ao das outras ilhas europeias
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, relativizou, hoje, em Câmara de Lobos, a taxa de risco de pobreza de 29,6% da população da Madeira, divulgada ontem, explicando que a mesma é muito semelhante à das outras ilhas europeias e garantiu que a situação na economia real "é diferente” e que “a pobreza efectiva é outra”.
“O risco de pobreza em Canárias é de 39% [da população]. Se formos ver a Sicília e a Sardenha [o risco de pobreza abrange] um terço [das respectivas populações]. Mas quem chega à Sardenha e compara com um concelho à volta de Lisboa, vê logo que a Sardenha é muito mais desenvolvida. A economia real é diferente do risco de pobreza”, descreveu o governante, à margem da visita ao início das obras do novo campo de futebol do Ribeiro Real. Albuquerque explicou a aparente contradição com os critérios utilizados para avaliar o risco de pobreza, que levam em linha de conta a situação de ilha e a situação de ultraperiferia: “As ilhas europeias têm um risco de pobreza, porque têm problemas estruturais. A sua ultraperiferia, o distanciamento e a falta de escala de mercado são tudo variáveis que contam para o risco de pobreza”. Tal como já tinha dito na véspera, o chefe do executivo sublinhou que a Madeira tem factores históricos que a penalizam no referido indicador, como o facto de ter “um conjunto de população mais idosa que não descontou para a Segurança Social e que tem reformas baixas, que ainda são do tempo pré-autonomia”. “Por isso é que nós, na Madeira, aplicamos mais de 4 milhões de euros no complemento solidário de idosos, para as reformas mais baixa”, justificou.
Quanto a medidas para lidar com este problema, Albuquerque considera que “a solução para a pobreza não é dar esmolas” mas antes “criar riqueza e distribui-la bem através dos impostos progressivos e do estado social”. Não vê, pois, necessidade de alterar o rumo da governação regional e entende que a ‘receita’ para baixar o risco de pobreza passa por “continuar a investir, a proporcionar a criação de riqueza, receber o investimento estrangeiro, diversificar a economia com as tecnológicas e garantir que o turismo corre bem, que as pessoas têm rendimento, salário e emprego”.
Em resposta às críticas do líder socialista, Sérgio Gonçalves, sobre esta mesma questão, o presidente do Governo observou que aquele "é o partido que é o paradigma da construção da pobreza em Portugal". “Desde que o PS esteja no poder, Portugal vai empobrecer. E isto são dados objectivos", acrescentou.
O novo campo de futebol do Ribeiro Real, com um custo estimado de 6,5 milhões de euros, deverá ficar concluído em Setembro. Segundo Albuquerque, a infraestrutura "corresponde às expectativas e necessidades do concelho de Câmara de Lobos em termos de formação e educação da juventude" e terá todas as condições para descongestionar o estádio do Carmo e servir de alternativa para o desporto escolar. Vai ainda servir as freguesias do Estreito e do Jardim da Serra. O novo estádio terá duas variantes de acesso à via-rápida.