A Guerra Mundo

Rússia adverte para retaliação contra os meios de comunicação social franceses

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Foto EPA

A Rússia advertiu hoje que irá retaliar contra os meios de comunicação franceses em resposta ao bloqueio em França das contas bancárias do canal de televisão russo RT France.

"O bloqueio das contas do RT France conduzirá a medidas de resposta contra os meios de informação franceses na Rússia", declarou um porta-voz do Ministério dos Assuntos Exteriores russo, citado pela agência oficial RIA Nóvosti.

O porta-voz salientou que "se as autoridades de França não deixarem de aterrorizar os jornalistas russos, [as medidas] serão tais que as recordarão muito tempo".

A diretora do RT France, Ksenia Fiódorova, informou na sexta-feira no Telegram que as contas bancárias do canal tinham sido congeladas pelas autoridades francesas, que justificaram a decisão com o novo pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia pela campanha militar na Ucrânia, adotado em dezembro de 2022.

Fiódorova indicou no Telegram que a medida "praticamente paralisa" as atividades do RT France, que, acrescentou, "não está em nenhuma lista e tem o direito de trabalhar em França".

Acusados de serem instrumentos de desinformação e propaganda do Kremlin, os meios de comunicação Sputnik e RT, incluindo a sua versão francesa RT France, estão proibidos, desde 02 de março, de transmitir na UE, quer na televisão, quer na Internet, tendo o RT France decidido contestar a suspensão das emissões junto do Tribunal de Justiça, argumentando que violava a liberdade de expressão, contrariando a legislação comunitária.

Em 27 de julho de 2022, o Tribunal Geral da União Europeia rejeitou um recurso apresentado pelo canal de informação RT France (ex-Russia Today), controlado pelo Kremlin, contra a suspensão de difusão decidida no quadro das sanções europeias contra Moscovo.

Num acórdão divulgado, o tribunal considera que a "interdição temporária e reversível" de emissões do RT France, a filial francesa do canal noticioso internacional russo, não coloca em causa a liberdade de expressão, como alegava a estação, e é "proporcional", na medida em que é "adequada e necessária" com vista ao cumprimento do objetivo das medidas restritivas impostas pela UE contra a Rússia pela sua agressão militar à Ucrânia.