Total de mortos sobe para 30 em ataques de fundamentalistas islâmicos no Burkina Faso
O total de mortos em quatro ataques separados no norte do Burkina Faso, subiu para 30, entre os quais se incluem 15 auxiliares do Exército, relataram hoje várias fontes ligadas ao setor da segurança.
Segundo as fontes, um primeiro ataque visou quinta-feira um posto avançado dos Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), auxiliares civis do Exército em Rakoegtenga, localidade na província de Bam (norte).
Seis morreram, assim como uma mulher, disse à agência France-Presse um quadro local dos VDP.
Mais a oeste, na província de Nayala, ocorreu uma "emboscada" "contra uma coluna escoltada por militares e VDP no eixo Siena-Saran", acrescentou a mesma fonte.
"Uma dúzia de outros VDP e um civil morreram neste segundo ataque", disse ainda.
"Também registamos uma dúzia de feridos, alguns dos quais gravemente, que foram transportados para Ouagadougou para tratamento adequado", continuou.
Outras fontes confirmaram os dois "ataques de fundamentalistas islâmicos" sem se comprometerem com números, referindo apenas "muitas perdas entre os elementos de segurança".
Dois outros incidentes ligados igualmente a movimentos fundamentalistas islâmicos foram registados também na quinta-feira, segundo outras fontes de segurança.
Na província de Sanmatenga (centro-norte) uma equipa mista composta por militares e VDP foi "emboscada" em Zincko, disse uma das fontes.
"Uma dezena de terroristas foi neutralizada. Infelizmente, quatro civis também morreram", especificou a mesma fonte.
Finalmente, à noite, mais a sul, homens armados invadiram a cidade de Sanaba, na província de Banwa, matando oito civis.
A cidade de Sanaba localiza-se a poucos quilómetros de Solenzo, cuja reconquista no final de dezembro foi anunciada pelo Exército.
Foi em Solenzo que o Presidente da transição, capitão Ibrahim Traoré fez a sua mensagem de fim de ano.
As autoridades ainda não reagiram a estes ataques.
O Burkina Faso, particularmente a sua metade norte, tem sido palco desde 2015 de crescentes ataques de movimentos fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico, que provocaram milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados.
Na semana passada, cerca de 60 mulheres e crianças foram sequestradas, também alegadamente por fundamentalistas islâmicos terroristas, perto de Arbinda.
O capitão Ibrahim Traoré, Presidente transitório do país, desde o golpe de Estado de 30 de setembro - o segundo em oito meses no Burkina Faso - tem como objetivo "recapturar o território ocupado por hordas de terroristas".
No final de 2022, o Governo lançou uma campanha para recrutar novos voluntários para ajudar o Exército na luta contra o terrorismo. Para as necessidades estimadas de 50.000, registaram-se 90.000 pessoas.