Portugal vai enviar para a Ucrânia mais 14 viaturas blindadas e 8 geradores eléctricos
Portugal vai enviar mais 14 viaturas blindadas M113 e oito geradores elétricos de grande capacidade para a Ucrânia, elevando "para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal" fornecido ao país, anunciou hoje a ministra da Defesa.
"Portugal vai enviar para a Ucrânia um segundo conjunto de 14 viaturas blindadas de transporte de pessoal M113, oito geradores de grande capacidade para produção de energia elétrica, mais munições de 120mm e mais duas toneladas de equipamento médico e sanitário", lê-se num comunicado do Ministério da Defesa, divulgado após uma reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que decorreu hoje em Ramstein, na Alemanha.
O ministério refere que, "com este material, que se encontra em preparação para envio, eleva-se para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal, fornecido por Portugal à Ucrânia desde o início da agressão levada a cabo pela Rússia".
"Ao longo de 2022 o Governo português, em articulação com as Forças Armadas, enviou para a Ucrânia armamento e munições, equipamento de proteção individual e de comunicações, viaturas blindadas de transporte de pessoas e veículos aéreos não tripulados de vigilância, equipamento médico e sanitário, e 'kits' de primeiros socorros em combate", indica o ministério.
Sobre a reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, o comunicado refere que a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, "reafirmou o compromisso de Portugal com a defesa da soberania e integridade da Ucrânia".
Segundo a nota, o "Ministério da Defesa Nacional e o Estado-Maior-General das Forças Armadas" estão "em constante contacto com as autoridades ucranianas e analisando as solicitações de Kiev", comprometendo-se Portugal a responder a esses pedidos "na medida das suas capacidades e disponibilidades".
"Portugal integra a nova missão da União Europeia de assistência militar à Ucrânia, que vai proporcionar treino em áreas como a inativação de engenhos explosivos, assistência médica em combate, defesa nuclear, biológica, química e radiológica, e instrução militar. Os formadores portugueses estarão na Alemanha a partir de fevereiro", informa-se no comunicado.
O ministério refere ainda que "Portugal mantém a disponibilidade para receber no Hospital das Forças Armadas 40 militares ucranianos feridos em combate".
No que se refere ao envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, o ministério indica que, durante o encontro em Ramstein, "Portugal participou numa reunião convocada pela Ucrânia e pela Polónia onde estiveram presentes os países que possuem estes meios".
"Nessa reunião a ministra da Defesa Nacional reiterou a oferta de treino nesta tipologia carros de combate e manifestou a disponibilidade do Governo português para identificar, de forma coordenada com os seus parceiros, formas de apoiar a Ucrânia com esta capacidade", refere o ministério.
O Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, composto por aliados ocidentais de Kiev, reuniu-se hoje na base aérea norte-americana em Ramstein, na Alemanha, focado em aumentar o apoio militar àquele país contra a Rússia.
A reunião contou com a presença do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, do Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e do ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, bem como dos seus homólogos da Alemanha, Reino Unido e Polónia, entre outros altos representantes de dezenas de países.
Portugal esteve representado pela ministra da Defesa Nacional.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).