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As últimas palavras do papa emérito foram "Senhor, amo-te"

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"Senhor, amo-te" foram as últimas palavras ditas pelo papa emérito Bento XVI antes de morrer na manhã deste sábado, segundo um dos enfermeiros que o acompanharam naquela noite.

Este foi o relato que o enfermeiro fez ao secretário pessoal de Joseph Ratzinger, monsenhor Georg Gänswein, de acordo com o jornal oficial do Vaticano 'Vatican News'.

Cerca das 03:00 deste sábado, seis horas antes de morrer, aos 95 anos, Bento XVI estava gravemente doente mas ainda não moribundo, garantindo o enfermeiro que o ouviu dizer a frase "Senhor, amo-te", em italiano, já que não fala alemão.

"Bento XVI, em voz baixa, mas de maneira distinta, disse em italiano 'Senhor, amo-te'. Não estava lá nesse momento, mas foi o que me contou depois o enfermeiro. Estas foram as últimas palavras compreensíveis porque depois disso não voltou a ser capaz de se expressar", disse o monsenhor Georg Gänswein.

A Santa Sé publicou um testamento espiritual que Ratzinger escreveu em 29 de agosto de 2009 onde, entre outras mensagens, pede "perdão do fundo do coração" àqueles que possa ter prejudicado ao longo da sua vida.

Os restos mortais do papa emérito serão expostos na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para que os fiéis que queiram possam dar-lhe um último adeus a partir desta segunda-feira, 02 de janeiro.

O papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.

Joseph Ratzinger, que foi papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.

Bento XVI classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.

O funeral de Bento XVI realiza-se na quinta-feira, na Praça de São Pedro, no Vaticano, às 09:30 locais (08:30 em Lisboa), numa celebração presidida pelo papa Francisco.