Temos pena
Alguns políticos tentam desesperadamente controlar a comunicação social. A ambição é indisfarçável. Não passarão!
Boa noite!
Há um ou outro político local que não disfarça a ambição de um dia mandar na comunicação social. Um apetite por vezes desmedido que se intensifica sempre que se aproximam eleições, o que deixa transparecer nervosismo a mais e lucidez a menos, estados de alma fatais para quem alimenta sonhos.
De hás uns tempos para cá a fixação doentia em relação ao que é partilhado nos diversos meios assume contornos inusitados, porque repleta de contradições e incoerências. Não para que o jornalismo cumpra exemplarmente a missão que o torna pilar imprescindível da democracia, mas para que seja um reles braço armado dos delírios provincianos e míseros instrumentos de propaganda da insignificância.
As abordagens alucinadas, soluçadas no parlamento ou debitadas para a panfletagem social, comprovam apenas que “quem desdenha quer comprar”, mesmo que, para tal, importa que alguém queira vender. Ora é porque os grupos empresarias que têm participações nos 'media' querem controlar o tempo e o poder ou a oposição e arredores baldios ou os jornalistas e as consciências. Ora é porque os jornais têm regras que alegadamente atentam contra o pluralismo e não publicam na íntegra as asneiras insultuosas. Ora é porque recebem dinheiro do governo, como se as verbas concedidas para colmatar custos de produção condicionassem o comportamento de quem dá notícias. Ora é porque têm amizades com os inimigos da Autonomia, jantam com este ou com aquele e combinam estratégias para atormentar quem manda. Ora é porque somos mansos ou então demolidores, vozes dos donos ou incendiários compulsivos. Esta gente não lê e, pior, quando o faz, treslê. Esta gente não ouve e, pior, quando o faz, ousa falar ao mesmo tempo. Esta gente não vê e, pior, quando o faz, mete os óculos da distorção.
Como os intentos não se concretizam para os que preferem proteger os que se servem enriquecendo e insultar os que geram emprego e riqueza, resta-lhes a narrativa do costume, o recurso às queixinhas, ao enxovalho gratuito e à tentativa de minar relações, tudo com recurso a expedientes execráveis que um dia, por razões de higienização democrática, serão públicos.
Somos de todos e de ninguém. Por isso, entendam-se os agentes da política rasteira que desesperam por cinco de minutos de fama e julgam que a informação se faz com lirismos. Sejam consequentes com os ódios que cultivam e escolham apenas quem não vos faz perguntas, não avalia, nem escrutina, se é que existe. Tenham bom senso, não vejam tudo à imagem do espelho para o qual olham todos os dias, evitem cenas deprimentes e dispensem-se de cuspir no palco que vos deu fama. E já agora aprendam a fazer contas, não falem do que não dominam e, ao menos uma vez na vida, tenham uma atitude digna. Exemplos recentes não faltam. É só seguir o caminho de Jerónimo de Sousa, de Pedro Nuno Santos ou de Sérgio Marques.